segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Fazer o bem


Em tempos atuais marcados por relaxamento generalizado dos valores tradicionais da sociedade, ficamos inseguros quanto ao dizer o que fazemos de bem ou de mal. Dar esmola a quem pede pelas ruas e, com ela, consegue viver no anonimato social, será que estou fazendo o bem? Posso estar sendo conivente com o estado de dependência de quem mendiga.

O assistencialismo, as campanhas esporádicas de agasalhos, gêneros alimentícios, sextas básicas, são entendidos como um bem. Sabemos que tem mais valor dar do que receber. Quem doa, partilha, mas pode não estar libertando e nem promovendo a quem recebe. Doar simplesmente pode significar contribuir para que a pessoa se acomode e não lute por sair de sua condição de dependente.

Em outro momento é dito que devemos dar sem olhar a quem; uma mão não deve saber o que doa a outra. Numa visão cristã, tudo bem. Mas será mesmo tudo bem? A questão vai muito mais longe, com uma estrutura social totalmente arranhada, ou ferida por uma realidade de extremismos econômicos, revelando uma cultura de injustiça distributiva e de exclusão.

A Palavra de Deus fala em “ser sal e luz” no mundo. Mundo de palavras brilhantes, discursos empolgantes, mas desconectados com um projeto de vida para todos. Atender ao projeto de Deus significa deixar-se guiar por ele e construir uma sociedade fraterna, que consiga superar a onda de violência que assusta a todos.

O descuido em relação aos princípios do Evangelho tem levado as administrações públicas ao que chamamos de “beco sem saída”. O que fazer para conter hoje o nível de violência, de vandalismo em relação ao patrimônio público e a insegurança? É preciso encontrar um caminho inovador que conquiste a autoestima.

O caminho renovador deve ser capaz de provocar conduta reta e prática de valores que elevam a dignidade das pessoas, diminuindo o sofrimento de quem tem muito e de quem não tem nada. São extremos que carecem de proximidade, de despojamento e de compromisso mais sério com o sentido da vida.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba

A sabedoria que vem do alto


A sabedoria que vem de Deus se revela a cada momento por meio das nossas ações e reações, do nosso comportamento em relação aos nossos irmãos e irmãs. 

Portanto, ser sábio e inteligente aos olhos de Deus é cultivar sentimentos de amor, de justiça. 
Por isso, São Tiago nos mostra que todo aquele que é sábio e inteligente é também manso e pacificador. 

Diante desta verdade de alguma forma nós até nos questionamos, pois, muitas vezes, entendemos que somos pessoas sábias, experientes, perspicazes e sagazes, no entanto, fomentamos, com as nossas palavras e ações, inveja e rivalidade. 
Nas nossas atitudes incoerentes “estão as desordens e toda espécies de obras más”. 

A justiça é oriunda da sabedoria que vem do alto, por isso, ela é pura, pacífica modesta, conciliadora e cheia de misericórdia dando verdadeiros frutos de santidade. 

O fruto da justiça é semeado na paz, para aqueles que promovem a paz mesmo nas horas de grandes lutas. 

Quando cultivamos nos nossos relacionamentos a paz que vem de Deus estamos praticando a justiça e consequentemente também seremos pessoas cheias de paz. 

 Procure descobrir: 
– Você é uma pessoa mansa e conciliadora? 
Como você tem influenciado a vida das outras pessoas? 
Você promove a paz ou mete fogo na fogueira? 
– O que você tem cultivado dentro de si, nos seus pensamentos? 
– Como estão os seus relacionamentos dentro da sua família?

http://www.umnovocaminho.com

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Para ver as coisas com os olhos da fé


Nas curas que Jesus realizava havia sempre um movimento, uma palavra, um gesto, uma expressão, uma exortação e uma recomendação. 

Ele nada fazia parecendo ser um passe de mágica, como se fosse um milagreiro. Com muita paciência e carinho Jesus sempre se voltava para a pessoa necessitada e se ocupava com ela dando atenção à sua necessidade. 

No episódio de hoje verificamos como Jesus pegou o cego pela mão; tirou-o do meio da multidão; cuspiu nos olhos dele; colocou as mãos sobre ele; indagou dele se já estava enxergando; depois colocou novamente as mãos sobre os seus olhos. 

A cada dia o Senhor quer fazer em nós uma obra nova e é por isso, que necessitamos de cura para enxergar direito de acordo com a visão de Deus. 

No entanto, num processo de cura e libertação espirituais também precisamos aprender a ter paciência e esperar o tempo previsto, pois este é uma prerrogativa de Deus. 

Assim como fez com aquele homem, nos nossos momentos de oração, Jesus nos pega pela mão, nos leva para um lugar tranquilo, cospe nos nossos olhos, coloca suas mãos sobre nós e nos pergunta: “Estás vendo alguma coisa”? Jesus deseja nos dar uma visão nítida daquilo que Ele nos mostra. 

A nossa resposta nós a damos ao longo da nossa vida com as nossas palavras e ações, quando demonstramos que ainda “estamos vendo os homens como árvores que andam”, porque ainda tiramos conclusões precipitados do que vemos e não sabemos distinguir as coisas. 

Enxergamos os acontecimentos e as pessoas superficialmente, fazemos nosso ajuizamento delas e assim continuamos na cegueira.

No entanto, Jesus, que além de curar o nosso interior quer também curar os nossos relacionamentos, pacientemente nos acolhe e nos toca quantas vezes for preciso e, aos poucos, nós vamos enxergando melhor todos os fatos e acontecimentos. 

Devagarinho, na medida da nossa intimidade com Deus o Espírito Santo nos retira do meio do problema, e nos faz ver as coisas e as ocorrências com os olhos da fé iluminando a nossa inteligência e nos dando o discernimento para que possamos voltar para o nosso lugar e agir conforme a Sua vontade. 

Faça também, hoje, essa experiência com Jesus. 
Peça para que Ele tire a sua cegueira espiritual a fim de que você compreenda melhor o aspecto e o interior das pessoas com quem você se relaciona 
O Espírito Santo o ajudará a ver tudo em conformidade com a Palavra de Deus.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Prece


Senhor, não sou digno de seguir teu olhar; no entanto, vives dentro de mim.

Pai, não mereço nem mesmo viver; entretanto cumulas-me de benefícios.

Mestre, ensurdecido pela gritaria do mundo, mal ouço tua voz; todavia não cessas de ditar-me tua orientação.

Divino doador, nada valho; tua bondade infinita, porém, não cessa de consolar-me com as mais preciosas bençãos.

Médico celeste, apesar de minha incurável lepra moral, não cessas de fornecer-me remédios para meu alivio. 

Amigo, ajuda-me a melhorar, para ser digno de tua graça. Amém!

C. Torres Pastorino

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Minha vez


Dá-me tua mão, Senhor
e percorre comigo o primeiro caminho
que fiz naquela noite, quando a luz se apagou
e depois do entrelaçar apaixonado de meus pais
sai contente do teu infinito regaço Criador
e qual "pontinho" de luz trépido e vitorioso
aconcheguei-me em meu quente ninho
sentindo-me fruto bendito do amor!

Brinca comigo, Senhor 
e carrega-me no doce embalo da vida
surpreenda e encante meu coração de criança
com muitos versos, estórias e páginas de fantasia
e ajuda-me a escrever palavras de perdão,
redesenhar meu mundo, curar lembranças
entoando serena e alegre melodia
ao compasso do teu Coração! 

Abraça-me, Senhor!
e assiste comigo o desenrolar do filme
na adolescente descoberta da ventura de viver,
encontrando o primeiro amor com brilho no olhar!
Por desejar que minha vida seja tecida de afeto
reacende em mim a chama do primeiro amor, 
devolve-me o desejo de ainda sonhar
e desabrochar em amor concreto! 

Acolhe-me, Senhor, 
e vem colher comigo as flores e frutos
das sementes que plantei e que fecundaram,
agora, douradas, as folhas que me protegeram!
Que floresça em mim uma perene gratidão
pelos momentos plenos de paz e alegria
que vou trazendo de volta à mente
em agradecida recordação! 

Ampara-me, Senhor! 
Chegou um tempo de prova e de cruz
em que olho para o céu e estendo as mãos
e saio à procura de quem me ouça e conforte!
Que eu perceba e acolha os que me amparam
animando-me com a fé e a esperança cristã
de que em breve, nós voltaremos todos
aos braços dos que nos amaram! 

Responda-me Senhor
pois sei que ainda preciso entender
mesmo que seja em parte, alguns mistérios.
Ilumina-me da forma e do jeito que eu precisar
Em momentos de dúvida, desalento e cansaço
Que eu não me enverede por caminhos estranhos,
prossiga confiando em quem nos precedeu
e tem lugar para mim em teu regaço! 

Perdoa-me, Senhor
se às vezes, sem querer, ainda reclamo
deste tempo de purificação que me fortalece
como uma prova de ouro e quero sair-me bem dela!
Mesmo que agora seja apenas um amoroso estar,
agradeço pelo que recebi de maternos cuidados,
ensina-me, pois chegou minha vez de oferecer
filial cuidado e canções de ninar. 

Entrego-te, Senhor!
as pérolas em meu rosto intermitentes
caindo silentes, em contínua e sofrida prece
purificando a alma, regando o chão do meu viver.
Os muitos presentes que recebi durante a vida
entrego-os também, aos poucos, suavemente
coloco em tuas mãos meu bem precioso
que chamo de mãezinha querida. 

Ir. Zuleides Andrade, ASCJ

Perseverança na fé


....  Às vezes nós não entendemos o porquê das provações, das dificuldades da nossa vida. 
Ficamos revoltados quando somos provados e precisamos passar por experiências tristes, com as quais não contávamos. 
Precisamos da sabedoria de Deus para enxergar os Seus propósitos para nós e perceber que só podemos exercitar a nossa fé se formos testados. 
 Como poderemos afirmar que temos fé, ou que somos perseverantes se tudo nos acontecer como passe de mágica, sem nenhuma dificuldade? 
Deus nos dá a sabedoria sem pedir nada em troca e é com a Sua sabedoria que nós adquirimos a fé. 
Se, temos a sabedoria de Deus, não podemos duvidar das suas obras. 

Precisamos, pois, pedir a Deus a sabedoria para que não nos tornemos “ricos” de nós mesmos e no final sejamos humilhados, caindo na nossa própria arapuca. 
Precisamos, também, ter consciência de que tudo passará: os nossos bens, a nossa juventude, o tempo dos grandes empreendimentos, do sucesso. 

Restar-nos-á, somente, a Sabedoria de Deus que é o Seu Amor agindo em nós e por meio de nós. 
Porém, peçamos a Deus a sabedoria, com fé, sem duvidar nem olhar para o que o mundo nos ensina. 

O homem que só acredita na hora que tudo está bem é inconstante, não merece crédito, é “homem de duas almas... 
- Como a sua fé tem sido provada?  
– Você é daquelas pessoas que desiste na primeira dificuldade ou continua confiante?

um novo caminho

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Oração das mãos vazias




Senhor,
aqui estou novamente em tua presença.
Hoje eu te trago minhas mãos vazias.
Parece ironia, parece desfeita, mas este é um precioso
presente que te quero ofertar.


Senhor, eu já pensei muitas vezes nas coisas
que a vida me deixou fazer
Houve dias em que eu me deitava
com a certeza de ter feito coisas úteis e
de ter transformado o mundo.
Houve dias em que pensei ter sido bom e até mesmo caridoso.



Hoje, Senhor, à luz do meio dia da vida as coisas se apresentam diferente...
Vezes há em que tenho a impressão de que a vaidade, 
o amor próprio, o orgulho invadiram minha vida e estragaram as obras de minha história.


Tenho hoje as mãos vazias!
Tudo o que pude fazer parece ridículo e sem valor.
Minhas mãos estão vazias e são essas mãos vazias que te ofereço...
Estas mãos vazias, porque eu nada posso.



Lembro-me hoje de uma palavra do Evangelho,
do Evangelho de teu Filho que diz que
<<devemo-nos considerar servos inúteis
depois de realizar tudo aquilo que devíamos ter feito>>.
Esta convicção invade minha vida.


Tenho certeza da inutilidade das coisas que faço
e que posso vir a fazer.

Minhas mãos vazias, 

                                             meu coração todo inteiro

e minha vida te pertencem... são teus!

Maurice Zundel