quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Mãe de Deus, Mãe do Príncipe da Paz



«Salve Santa Mãe santa, que destes à luz o Rei do céu e da terra». 

Hoje, oitavo dia depois do Natal e primeiro dia do ano, a Igreja dirige-se com esta antiga saudação à Santíssima Virgem Maria, invocando-a enquanto Mãe de Deus. 

O Filho eterno do Pai tomou n'Ela a nossa carne e tornou-se, através d'Ela «filho de David, filho de Abraão» (Mt 1, 1). 

Maria é, portanto, a verdadeira Mãe, a Theotokos, a Mãe de Deus! 

Se Jesus é a Vida, Maria é a Mãe da Vida. 
Se Jesus é a Esperança, Maria é a Mãe da Esperança. 
Se Jesus é a Paz, Maria é a Mãe da Paz, a Mãe do Príncipe da Paz. 

Entrando no novo ano, pedimos a esta Mãe santa que nos abençoe. 
Peçamos-lhe que nos dê Jesus, a nossa bênção completa, com a qual o Pai abençoou a história de uma vez por todas, fazendo com que se tornasse uma história de salvação. [...] 

O Menino nascido em Belém é a Palavra eterna do Pai feita carne para nossa Salvação: é «Deus connosco» que traz consigo o segredo da verdadeira paz. 
Ele é o Príncipe da Paz (Is 7, 14; 9, 5). [...]

«Salve, Santa Mãe!» [...] 

O Menino que apertas contra o peito tem um nome querido aos povos da religião bíblica: «Jesus», que significa «Deus salva». 
Assim Lhe chamava o arcanjo, antes mesmo de que Ele fosse concebido no teu seio (Lc 2, 21). 

Na face do Messias recém-nascido reconhecemos a face de cada um dos teus filhos ultrajados e explorados. 
Reconhecemos em especial a face das crianças, seja qual for a sua raça, o país ou a cultura a que pertençam. 
Para elas, ó Maria, pelo futuro delas, te pedimos que enterneças os corações endurecidos pelo ódio, a fim de que se abram ao amor e de que a vingança ceda finalmente o lugar ao perdão. 

Ó Mãe, alcança-nos que a verdade desta afirmação – não há paz sem haver justiça e não há justiça sem haver perdão – se imprima no coração de todos. 

A família humana poderá assim reencontrar a paz verdadeira, que nasce do encontro entre a justiça e a misericórdia. Mãe santa, 

Mãe do Príncipe da Paz, ajuda-nos! 
Mãe da humanidade e Rainha da Paz, ora por nós!


São João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005
Homilia de 01/01/02

Oração



Pai Querido
Eu entrego esse último dia do ano e todos os dias de 2016 em Tuas Mãos...

não sei o que me reserva a jornada, mas tenho convicção que o Senhor preparou o melhor.

Abençoa minha vida, minha casa, minha familia, meus amigos, meus caminhos e livra-me de todo mal.

Restaura meu ser, entra na minha vida, na minha casa, renova minha esperança e minha fé e me reveste do Teu amor.

Que a Sua vontade seja feita em minha vida meu Senhor...

A minha vida sem a Tua presença é vazia, preciso muito de Ti hoje e sempre meu Senhor.
Amém!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Lembrando o Natal durante o luto


Natal é um tempo para lembrar as pessoas queridas tanto as daqui, como as do céu.
Depois da perda de uma pessoa querida, as festas natalinas trazem memórias especiais e suaves momentos de tristeza. 

Que o toque curativo de Deus seja cheio de esperança! Que você encontre alegria no dom da memória, paz no abraço dos familiares e amigos e a cura na promessa da vida eterna.
Para você que perdeu uma pessoa querida, as festas natalinas podem ser uma lembrança dolorosa da perda. 
Os primeiros anos são os mais difíceis, mas nos anos seguintes também pode faltar a alegria que você costumava sentir no tempo de Natal.

Listo algumas idéias que podem ajudá-lo a dar novo significado a essas festas:
Seja paciente e realista.
Algumas vezes, grandes expectativas do Natal tornam nossa frustração mais aguda. Temos uma imagem mental de como as coisas deveriam ser. No entanto, nossas expectativas são geralmente baseadas em fantasia.

É difícil ser realista e se concentrar quando se está em luto, mas é uma importante estratégia para a saúde e bem estar. Planeje com antecedência. Faça uma lista e priorize as coisas. Decida o que é importante para você.

Ouça o seu coração e reconheça seus limites. Passe um certo tempo quieto diante da correria do fim de ano, ouvindo seu coração. 
Tome consciência de suas necessidades e expresse-as para os membros da família e amigos, com quem planeja passar as festas. Encoraje outras pessoas a também partilharem seus sentimentos.

Lembre-se de que é compreensível dizer "não." Você não tem a obrigação de aceitar todos os convites. Faça o que for possível e o suficiente. Se a casa for muito grande para ser decorada, decore uma sala, um canto ou uma mesa. 
Não há nada de errado na simplicidade. O luto é difícil também para o corpo e trás stress.

Evite a tentação de buscar compensações nos deleites da culinária desta época.
Adapte as tradições queridas. Não descarte tudo. Conserve as tradições vivas.

Por exemplo, se o fato de não comprar presente para a pessoa querida que partiu lhe causa tristeza, compre um presente simples e dê para alguém que não o receberia um presente. Lembre-se de que é a troca de amor, o dar, que mais importa.

Se você está sozinho, em conseqüência da perda, encontre uma forma de passar as festas com outras pessoas. Pare num asilo. Você encontrará novos laços com essa partilha.

Permita que as lágrimas caiam, mas procure alegria em meio à dor.
Não se prive do presente das lágrimas que curam. Não se surpreenda se elas chegam quando você menos espera.

Neste Natal, experimente recordar os momentos maravilhosos da vida de sua pessoa querida. 
Pense nos presentes que ela tem sido para você: alegria, riso, afeto, companhia. 

Escreva esses dons em tiras de papel e decore a árvore de Natal, coloque-as em um livro de memórias ou numa gaveta. 
Celebre a alegria que ela lhe proporcionou.

Focalize a atenção na dimensão espiritual da festa.Na tradição cristã, o Advento é um tempo de reflexão silenciosa e preparação espiritual. 

Deixe que este tempo de esperançosa antecipação toque seu coração. Nesse tempo de luz, lembre-se da luz que ela trouxe para sua vida. Acenda uma vela especial - celebrando a vida e o amor partilhados.

À medida em que aprende a criar uma nova realidade para você, tempere sua expectativa com compaixão e gentileza. 

Você encontrará a cura, mas se permitir a si mesmo experimentar um leque de emoções no caminho do luto. Que o amor seja a sua lembrança!

Ir. Zuleides Andrade, ascj

Vigília de Natal




A liturgia desta noite fala-nos de um Deus que ama os homens; por isso, não os deixa perdidos e abandonados a percorrer caminhos de sofrimento e de morte, mas envia “um menino” para lhes apresentar uma proposta de vida e de liberdade. Esse menino será “a luz” para o povo que andava nas trevas.


A primeira leitura anuncia a chegada de “um menino”, da descendência de David, dom de Deus ao seu Povo; esse “menino” eliminará a guerra, o ódio, o sofrimento e inaugurará uma era de alegria, de felicidade e de paz sem fim.


O Evangelho apresenta a realização da promessa profética: Jesus, o “menino de Belém”, é o Deus que vem ao encontro dos homens para lhes oferecer – sobretudo aos pobres e marginalizados – a salvação. A proposta que Ele traz não será uma proposta que Deus quer impor pela força; mas será uma proposta que Deus oferece ao homem com ternura e amor.


A segunda leitura lembra-nos as razões pelas quais devemos viver uma vida cristã autêntica e comprometida: porque Deus nos ama verdadeiramente; porque este mundo não é a nossa morada permanente e os valores deste mundo são passageiros; porque, comprometidos e identificados com Cristo, devemos realizar as obras d’Ele.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Sem mim nada podeis fazer

Alguém me enviou por e-mail uma parábola interessante sobre o jumentinho que Jesus usou para entrar em Jerusalém. Dizia assim:



“Um jumentinho voltando para sua casa todo contente, falou para sua mãe:

– Fui a uma cidade e quando lá cheguei fui aplaudido, a multidão gritava alegre, estendia seus mantos pelo chão… Todos estavam contentes com minha presença.
Sua mãe perguntou se ele estava só e o burrinho disse:

– Não, estava levando um homem com o nome de Jesus.

Então sua mãe falou:

– Filho, volte a essa cidade, mas agora sozinho.

Então o burrinho respondeu:

– Quando eu tiver uma oportunidade, voltarei lá…

Quando retornou a essa cidade sozinho, todos que passavam por ele fizeram o inverso, o maltratavam, o xingavam e até mesmo batiam nele.

Voltando para sua casa, disse para sua mãe:

– Estou triste, pois nada aconteceu comigo. Nem palmas, nem mantos, nem honra… Só apanhei, fui xingado e maltratado. Eles não me reconheceram, mamãe…

Indignado o burrinho disse a sua mãe:

– Porque isso aconteceu comigo?

Sua mãe respondeu:

– Meu filho querido, você sem JESUS é só um jumentinh …

Lembre-se sempre disso”.

Nós sozinhos somos apenas um jumentinho; um ser humano sem a graça de Deus e sem a Sua força sobrenatural. Somos pobres, fracos, impotentes…

Jesus disse que Ele é a videira verdadeira e que nós somos os seus ramos; e que se o ramo se desprender Dele, vai secar e morrer. E acrescentou: “Sem Mim nada podeis fazer”(João 15, 5s).

É porque nos esquecemos dessa palavra de Jesus que tantas vezes fracassamos em nossas lutas, projetos, empreendimentos, evangelização, educação dos filhos, trabalho profissional e religioso, etc. Nos esquecemos que se Jesus não estiver conosco, pela fé e pela oração, seremos um pouco parecidos com o jumentinho de Jerusalém.

Quando nós falamos as palavras de Jesus, atraímos as pessoas; quando “carregamos’ Jesus as pessoas nos ouvem; mas, quando estamos só, vazios, sem “carregar” Jesus, o povo olha para nós e vê a nossa feiura e impotência. E pode nos desprezar.

Não podemos fazer nada nesta vida sem “carregar” Jesus.

Mas carregar Jesus é estar ciente de que os aplausos são para Ele e não para nós.

É estar cientes de que Ele não precisa de nós, mas quer nos usar para nos dar dignidade e grandeza.

Carregar Jesus é estar ciente de que depois que o ajudamos a cumpriu a Sua missão salvífica, voltamos a ser apenas um “jumentinho”, muito feliz e honrado, mas como os outros. São Paulo diz que somos “vasos de barro” para que a gente esteja ciente de que todo poder que se manifesta em nós vem Dele e não de nós (cf. 2Cor 4,7 ).

Não faça nada sem “carregar” Jesus. Não comece o dia sem Jesus. Não corrija seu filho, sua esposa, seu empregado ou seu patrão, sem pedir a luz a Jesus; senão as suas palavras poderão ser inconvenientes e ineficazes.

Não comece um empreendimento sem colocá-lo nas mãos de Jesus e pedir sua graça, sua proteção, sua luz.

Não eduque sua família sem a luz de Jesus, senão ela caminhará nas trevas do mundo.

Não faça o seu trabalho pastoral acreditando apenas em você, nos “seus” planos bem traçados; pode ser que você se decepcione e desanime de tudo como muitos.

Não se esqueça, sem Jesus, o jumentinho de Jerusalém é apenas um jumentinho.

Jesus mandou pedir, pedir e pedir. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscais e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo aquele que pede recebe; aquele que procura acha; ao que bater se lhe abrirá” 
(Lucas 11,9-11).

Acreditamos nisso, ou desistimos de pedir? Santo Agostinho se converteu e foi um dos santos mais importantes da Igreja; porque sua mãe derramou sua lágrimas diante do Santíssimo, sem desistir e sem desanimar, durante vinte anos. E nós?

Prof. Felipe Aquino

sábado, 5 de dezembro de 2015

PREPARAÇÃO PARA O NATAL

Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “preparação para o Natal”.

Gostaria de falar sobre o presépio.
O costume de fazer o presépio é muito antigo, remonta ao século XIII e tem sua origem com São Francisco de Assis. 
A partir desse santo, tal costume começou a se espalhar por todos os lares cristãos e a ajudá-los na preparação do Natal.
Que diferença faz a presença do presépio numa casa nos dias que antecedem o Natal! Ele é de uma riqueza inimaginável!
De fato, todo presépio

- inspira devoção;
- encanta os nossos olhos;
- enche o lar de simplicidade;
- passa a ser o centro do lar, afogando todas as preocupações materiais;
- transmite paz;
- transmite uma luz inexplicável.

A cena do presépio é a mais humana que se possa imaginar. Na gruta de Belém tudo é encantador, tudo é apresentado sob a forma mais singela. 

O Menino Jesus é uma criancinha, frágil como as criancinhas recém-nascidas... 
Uma criancinha que precisa do auxílio das criaturas, que tem frio e fome, apesar de ser o Rei do Céu e da Terra. 

Esse pensamento, despertado pela visão do presépio, faz nascer em nós uma estranha sensação de ternura, de amor e de perplexidade, como jamais se sente em qualquer outra circunstância.

“Nossa Senhora, São José, os Reis Magos, os pastores... Nós os contemplamos em cada Natal com a mesma emoção; revemos aquelas imagens com a mesma alegria com que revemos os entes que nos são mais queridos. 

Em cada Natal gostamos mais do nosso presépio. E os sentimentos familiares se entrelaçam com a ideia sublime daquela cena sublime.
Nunca um presépio é monótono. Jamais, contemplando-o, a vaidade, o orgulho, a inveja e todas as misérias humanas surgem à tona do nosso pensamento. 

"Tão incomensuravelmente bela é essa cena que a sua simples representação, por mais ingênua e singela que seja, esplende em nossa alma com um fulgor maravilhoso e uma ternura que não é deste mundo” (O Natal, Isabel de Almeida Serrano).
Que pena que esse costume vem se perdendo com o tempo! 
Que pena que, como fazia notar uma pessoa outro dia, quase já não há nenhum símbolo cristão nas decorações natalinas.
Que bom seria se retomássemos esse costume do presépio!
Que bom seria se enchêssemos o nosso Natal de significado montando a cada ano, independentemente da nossa idade, um belo presépio em nossa casa! 

Que essa seja uma tarefa familiar, na qual, quem sabe, cada membro da família se sinta envolvido. Fazer isso já será o início do Natal, do espírito de amor, de união, de fraternidade que envolve essa data.

Uma vez terminado o presépio, façamos o seguinte:
- passemos várias vezes por dia, se possível, diante dele para dar uma breve olhada e digamos a Jesus, fomentando a expectativa da Sua vinda: “Vem Senhor Jesus, vem nos salvar! Vem senhor Jesus, não tardes!”
- paremos com um pouco mais de calma para rezar diante dele. Um santo recomendava que sentássemos diante do presépio e ficássemos ali uns minutos meditando nas lições que podemos tirar daquela cena: lição de humildade, de pobreza, de simplicidade, de amor etc.
Que Deus vos abençoe nesta semana neste caminhar, cheio de expectativa, em direção ao Natal!



Pe. Paulo M. Ramalho é Sacerdote ordenado em 1993. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce; Capelão do IICS (Instituto Internacional de Ciências Sociais).
Site: www.fecomvirtudes.com.br
Publicado no Portal da Família em 14/12/2013