quinta-feira, 24 de março de 2016

Reflexões Quaresmais



Chegam ao fim estes dias da Quaresma, mas não chega ao fim o caminho de conversão, o caminho de encontro contigo, Senhor, o caminho para melhor Te conhecer, para melhor Te amar, e em Ti, amar melhor os outros.

Lembras-te um dia, Senhor, em que eu Te dava graças por tanto caminho percorrido na viagem da minha vida em direção a Ti, e Tu disseste ao meu coração, cheio de amor e humor: Caminho, viagem, meu Joaquim! Mas tu ainda nem começaste a fazer as malas!”

É verdade, Senhor, que o caminho, a viagem da vida contigo, é sempre um recomeço, é sempre um chegar sem ainda lá estar, é sempre um amar que cada vez mais necessita de amor, porque Tu, Senhor, «renovas todas as coisas.»

Mas hoje quero dar-Te graças, porque em cada dia desta Quaresma, mesmo quando me parecia nada vir ao meu coração para refletir, Tu no último momento, quando me sentava para escrever, colocavas a reflexão e as palavras no meu coração, na minha mente, nas minhas mãos.

Perdoa, Senhor, se não soube testemunhar tudo aquilo que me deste neste Caminho Quaresmal, mas Tu sabes, bem melhor do que eu, das minhas fraquezas, das minhas incapacidades de transmitir o tanto que em mim colocaste, que em mim colocas.

Prostro-me diante de Ti, e peço-Te humildemente que me guies ainda neste Tríduo Pascal, que há-de culminar na Páscoa da Ressurreição.

Que seja verdade na minha vida a oração que um dia o Espírito Santo quis colocar no meu coração: 

“Ensina-me Mãe a ser nada, para que Cristo seja tudo em mim.”

Joaquim Mexia Alves

TRÍDUO PASCAL


Começam hoje os dias que me tocam particularmente.
Tocam não só profundamente a minha espiritualidade, mas todo o meu ser homem, sobretudo homem que pensa, age e se emociona.
Muitas vezes não consigo conter as lágrimas, (isto é coisa de agora, que considero graça de Deus), mas não são lágrimas de tristeza, mas de um amor profundo, de uma serenidade bonançosa, de uma esperança inabalável.
Penso n’Ele, tento viver para Ele, quero respirar o que Ele respira, ou melhor, quero respirá-Lo, a Ele, como se respira a vida.

E divido-me, divido-me sempre!
Muitas vezes me sinto ao Seu lado, querendo ser Simão de Cirene, querendo ser Verônica, querendo ser Maria e João, querendo viver em mim a Sua Paixão, e depois, brutalmente, confronto-me com a realidade da minha vida que tantas vezes me coloca no meio daqueles que Lhe dão beijos de traição, que O negam antes do “galo cantar”, que gritam com a multidão: crucifica-O, crucifica-O!

Mas Ele, no meio do sofrimento, no meio da humilhação, por entre a dor cravada no Seu Coração por aqueles que deliberadamente se condenam, olha-me nos olhos, toma-me pela mão, encosta-me ao seu peito cansado e diz-me cheio de ternura: É por ti, é por ti!
*(É por ti, Maria Angélica)

E eu, dividido entre mim, baixo os olhos e respondo-Lhe: Mas, Jesus, eu sou tão pecador!
Ele aperta-me ainda mais junto a Si, afaga-me a cabeça e diz-me com a Sua voz repassada de amor: 

Não entendes, *Maria Angélica? Tudo isto é para te dizer que estejas de que lado estejas, eu amo-te sempre, com amor eterno. 
Faças o que fizeres, se olhares para Mim, se Me procurares de coração arrependido, a minha Paixão enche-se de sentido, porque toda Ela é vivida para te perdoar as tuas faltas.

O amor, a confiança, a esperança transformam-se numa só virtude, num só sentimento, numa só vivência e os olhos rasos de lágrimas choram a alegria do Deus que me ama, que me perdoa, que me salva, que me dá a vida renascida.
Tranquilamente, Ele afasta-se de mim para continuar a sua caminhada de Paixão, mas antes diz-me ao ouvido, cheio de compaixão: É por ti e por todos! 
Por cada um dos que me amam e dos que me rejeitam. 

Vai agora, e proclama com a tua voz, com a tua vida, com todo o teu ser que morro por todos, para que todos se salvem! E lembra-te, e lembra-lhes, que a minha Paixão termina na Ressurreição!

Glória a Ti, Senhor, agora e para sempre, pelos séculos sem fim!

*Lê- se Joaquim....
Joaquim Mexia Alves

sexta-feira, 11 de março de 2016

Reflexão



Hoje, Senhor, vêm ao meu coração todos os meus defeitos, ou pelo menos aqueles que consigo reconhecer com mais facilidade.

E abro-Te o coração!

Sou orgulhoso, vaidoso, inconstante, impaciente, por vezes mentiroso, invejoso, crítico sem procurar ajudar, 
uso da má língua, por vezes, sem me importar do mal que ela faz, procuro muitas vezes mais a minha consolação do que os outros consolar, não dou mais do que me sobra, com medo de que me falte, 

confio em Ti nas coisas fáceis mas nas difíceis por vezes duvido, 
espero em Ti, muitas vezes duvidando do meu esperar, dou testemunho, muitas vezes chamando mais a atenção para mim, do que para Ti a Quem quero testemunhar, 

rezo por vezes rotineiramente e outras vezes nem sequer quero rezar, e sou pecador, Senhor, muito pecador e muitas vezes me deixo pecar.

Abres-me os braços, chamas-me a Ti e dizes-me num imenso sorriso:
E Eu amo-te, meu filho, com amor eterno. Com um amor muito maior do que todos os teus defeitos, do que todas as tuas faltas, do que todos os teus pecados.

Prostro-me diante de Ti e peço-Te:
Ajuda-me e ensina-me, Senhor, a reconhecer sempre o meu pecado, 

a reconhecer sempre como sou pecador.

Mas sobretudo, Senhor, ajuda-me e ensina-me a acreditar inabalavelmente no Teu amor e a confiar constantemente que em cada regresso à casa do Teu perdão, Tu fazes a festa do filho pródigo que a Ti regressa.

Obrigado, Senhor, agora e sempre, obrigado!



Joaquim Mexia Alves

Lealdade! Fidelidade! Honradez!


Lealdade! Fidelidade! Honradez!

No grande e no pequeno, no pouco e no muito. 

Querer lutar, mesmo que às vezes pareça que não conseguimos querer. 

Se chega o momento da debilidade, abri a alma de par em par, e deixai-vos conduzir suavemente: 

hoje subo dois degraus, 

amanhã quatro… 

no dia seguinte, talvez nenhum, porque ficamos sem forças. 

Mas queremos querer. 

Temos pelo menos o desejo de querer. 

Filhos, isso já é combater.

D. Álvaro, Carta, 19-III-1992, n. 31 (“Cartas de família”, vol. III, n. 321).
Do site Spedeus