domingo, 15 de novembro de 2015

Pelos que sofrem



Senhor, hoje minha oração é de pedido. Por aqueles que não têm casa, comida, trabalho, dignidade. Pelos que sofrem com doenças e dores. Pelos que sofrem com as drogas e vícios. Pelos que sofrem com a maldade do próximo.

Peço também, Senhor, que olhe por aqueles pequeninos, que hoje estão sendo abortados.

Peço pelas crianças que crescem sem amor, pelos jovens deprimidos, pelos adultos que perderam a razão de viver.

Olhe, Senhor também por aquelas famílias inteiras que perderam tudo em desastres - naturais ou não, e que sofrem pelas perdas materiais e afetivas.

Olhe, Senhor principalmente por aqueles que ainda não Te conhecem, e que precisam Te conhecer.


Amém!

sábado, 14 de novembro de 2015

Orar sempre, sem desfalecer


Feliz o homem que conhece a própria fraqueza.

Porque esse conhecimento é nele o fundamento, a raiz, o princípio de toda a bondade. [...] 

Quando um homem se sente desprovido de socorro divino, reza muito. E, quanto mais reza, mais o seu coração se torna humilde. [...] 

Tendo compreendido realmente isto, guarda a oração na sua alma como um tesouro. E, sendo a sua alegria tão grande, faz da oração uma ação de graças. [...] 

Assim, guiado por este conhecimento e admirando a graça de Deus, eleva a voz e louva-O e glorifica-O, exprime a sua gratidão, nos píncaros do seu maravilhamento.


Aquele que conseguiu, verdadeiramente e não em imaginação, alcançar tais sinais e conhecer tal experiência, sabe do que estou a falar e que nada pode impedir isso. 
Mas que ele cesse de então em diante de desejar coisas vãs. 
Persevere em Deus, através da oração contínua, no temor de ser privado da abundância do socorro divino.


Todos estes bens são dados ao homem quando este reconhece a sua fraqueza. 

No seu grande anseio pelo socorro divino, aproxima-se de Deus, permanecendo em oração. E, quanto mais se aproxima de Deus com esta determinação, mais Deus o aproxima dos Seus dons e não lhe retira a Sua graça, devido à sua grande humildade. 

Pois tal homem é como a viúva que não cessa de pedir ao juiz que lhe faça justiça contra o seu adversário. 
Deus compassivo retém a Suas graças para que essa reserva incite o homem, que tanta precisão tem d'Ele, a aproximar-se d'Ele e a e a permanecer junto d'Aquele que é a fonte do seu bem.


Isaac, o Sírio (sec. VII), monge perto de Mossul, santo das igrejas ortodoxas
Discursos ascéticos, 1ª série, §21

Viver na Sabedoria do Espírito Santo


Na Igreja existe, e é muito comum, um espírito contrário à sabedoria de Deus: o espírito da curiosidade.

Esta tentação nos acomete quando queremos nos apropriar dos projetos de Deus, do futuro, das coisas; quando queremos conhecer tudo e tomar conta de tudo.


A curiosidade afasta-nos do Espírito da sabedoria, porque leva em conta apenas os detalhes, as notícias, as pequenas novidades de todos os dias. O espírito da curiosidade não é um bom espírito: dispersa, afasta de Deus, faz falar demais...


O espírito da curiosidade é mundano e provoca confusão. (...) Os verdadeiros cristãos e cristãs que vivem na sabedoria do Espírito Santo. Esta é a sabedoria que nos guia com espírito inteligente, santo, único, múltiplo e subtil.


O espírito de Deus ajuda-nos a discernir, a tomar decisões segundo o coração de Deus. Este espírito de amor e fraternidade nos dá paz, sempre! A santidade é exatamente isso. O que Deus pede a Abraão: ‘Caminha na minha presença e sê irrepreensível’. 

Prosseguir sob o impulso do Espírito de Deus e desta sabedoria. 

Os homens e mulheres que caminham assim são sábios, porque procedem sob a moção da paciência de Deus.

Papa Francisco

domingo, 8 de novembro de 2015

Quando Deus quiser..., como Deus quiser..., onde Deus quiser


A certeza da fé, unida à esperança e à caridade, tem a capacidade de desfazer o véu de tristeza e medo com que por vezes se encara o passo final da existência terrena. 

Mais ainda, com fé - como a partida dos santos desta Terra mostra com particular clareza - é possível acolher a morte em paz, porque se vai ao encontro do Senhor. 

Não tenhas medo da morte. 
- Aceita-a, desde agora, generosamente..., quando Deus quiser..., como Deus quiser..., onde Deus quiser. 

- Não duvides, virá no tempo, no lugar e do modo que mais convier..., enviada pelo teu Pai-Deus. Bem-vinda seja a nossa irmã, a morte! [8]
Estas reflexões são tradicionais na doutrina e na atuação cristã. Não pressupõem nada de negativo, nem pretendem fomentar inquietações irracionais, mas sim um santo temor filial, cheio de confiança em Deus. 
Encerram um realismo sobrenatural e humano, com sinais claros de que a sabedoria cristã, a partir da fé, dá tranquilidade e confiança à alma.
O nosso Padre ensinou-nos a tirar consequências práticas da meditação sobre este momento e, em geral, sobre as últimas realidades. 
Não consideremos pois friamente estas coisas, pregava numa ocasião para um grupo de filhos seus, ainda novos. 
Eu não quero que nenhum de vós morra. 

Guarda-os, Senhor, não os leves ainda pois são jovens, e aqui em baixo tens poucos instrumentos! Espero que o Senhor me ouça... 

Mas a morte pode vir a qualquer momento [9]. 
E concluía: que consciência tão objetiva nos traz a consideração da morte! 

Que bom remédio para dominar as rebeliões da vontade e a soberba da inteligência! 
Ama-a, e diz ao Senhor, com confiança: como Tu quiseres, quando Tu quiseres, onde Tu quiseres [10].
Naturalmente que a realidade da morte se torna mais dura quando se trata das pessoas mais queridas: pais, filhos, esposos, irmãos... 
Mas com a graça de Deus, à luz da Ressurreição do Senhor, que não abandona nenhum daqueles que o Pai Lhe confiou, nós podemos privar a morte do seu «aguilhão», como dizia o apóstolo Paulo 
(1 Cor 15, 55), podemos impedir que ela envenene a nossa vida, que torne vãos os nossos afetos, que nos leve a cair no vazio mais obscuro [11].
 Nada mais certo do que isto: o Senhor nos quer­ ao Seu lado para desfrutarmos da Sua santa visão e presença. 
Fomentamos diariamente esta esperança? 
Rezamos com amor, como o nosso Padre, o vultum tuum, Dómine, requíram [12],
procuro, Senhor, o Teu rosto?

Estes momentos, que são acompanhados pela dor, podem ser - se a fé tem raízes profundas na família cristã, e de fato assim acontece muitas vezes - ocasião para reforçar os laços que unem entre si os diversos membros. 

Nesta fé, podemos consolar-nos uns aos outros, conscientes de que o Senhor venceu a morte de uma vez para sempre. 
Os nossos entes queridos não desapareceram nas trevas do nada: a esperança nos assegura­ que eles estão nas mãos bondosas e vigorosas de Deus. 

O amor é mais forte do que a morte. Por isso, o caminho consiste em fazer aumentar o amor, em torná-lo mais sólido, e o amor preservar-nos-á até ao dia em que todas as lágrimas serão enxugadas, quando já não haverá morte, nem luto, nem pranto, nem dor (Ap 21, 4) [13].
Esta visão cristã oferece o verdadeiro antídoto para o temor que nos costuma assaltar ao comprovarmos a caducidade da existência terrena. 
Ao mesmo tempo, como já referi, nada mais natural que a morte dos entes queridos nos doa, e que choremos a sua partida. 
Também Jesus chorou pela morte de Lázaro, o amigo tão querido, antes de o ressuscitar. 

Mas sem exagerarmos, porque para um cristão coerente, morrer é ir para a festa. 
Assim se exprimia S. Josemaria, que comentava uma vez: quando nos disserem: ecce spónsus venit, exíte óbviam ei (Mt 25, 6) - sai, porque vem o esposo, porque vem Ele buscar-te - pediremos a intercessão de Nossa Senhora. 

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora... e verás, na hora da morte! 
Que sorriso terás na hora da morte! Não haverá um gesto de medo, porque estarão os braços de Maria para te acolher [14].

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