sábado, 13 de agosto de 2016

Oxalá sejas como um velho silhar oculto



Não queiras ser como aquele catavento dourado do grande edifício; por muito que brilhe e por mais alto que esteja, não conta para a solidez da obra. – Oxalá sejas sempre como um velho silhar oculto nos alicerces, debaixo da terra, onde ninguém te veja; por ti não desabará a casa. (Caminho, 590)


Deixa-me que te recorde, entre outros, alguns sinais evidentes de falta de humildade:
– pensar que o que fazes ou dizes está mais bem feito ou mais bem dito do que o que os outros fazem ou dizem;
– querer levar sempre a tua avante;
– discutir sem razão ou, quando a tens, insistir com teimosia e de maus modos;
– dar a tua opinião sem ta pedirem ou sem a caridade o exigir;
– desprezar o ponto de vista dos outros;
– não encarar todos os teus dons e qualidades como emprestados;
– não reconhecer que és indigno de toda a honra e estima, inclusive da terra que pisas e das coisas que possuis;
– citar-te a ti mesmo como exemplo nas conversas;
– falar mal de ti mesmo, para fazerem bom juízo de ti ou te contradizerem;
– desculpar-te quando te repreendem;
– ocultar ao Director algumas faltas humilhantes, para que não perca o conceito que faz de ti;
– ouvir com complacência quem te louva, ou alegrar-te por terem falado bem de ti;
– doer-te que outros sejam mais estimados do que tu;
– negar-te a desempenhar ofícios inferiores;
– procurar ou desejar singularizar-te;
– insinuar na conversa palavras de louvor próprio, ou que dão a entender a tua honradez, o teu engenho ou destreza, o teu prestígio profissional...;
– envergonhar-te por careceres de certos bens... (Sulco, 263)


São Josemaría Escrivá

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

A nossa medalha de ouro


Nestes dias estamos a assistir atletas de todo o mundo competirem nos Jogos Olímpicos, entre eles há uma minoria que alcança uma medalha e só os melhores entre os melhores obtêm uma de ouro.

Ora, Jesus Cristo Nosso Senhor ao anunciar-nos o Reino dos Céus ofereceu-nos a possibilidade de alcançarmos a maior e melhor Medalha de Ouro a que podemos aspirar, é certo, que para a alcançarmos e sermos credores da Sua extraordinária misericórdia, teremos de nos aplicar nas Olimpíadas da Vida sendo fiéis e apaixonados cumpridores dos Seus ensinamentos e mandamentos.

No entanto, em relação aos atletas em competição temos uma enorme vantagem, é que Ele não nos desqualifica, não nos elimina, dá-nos sempre mais uma oportunidade para recomeçarmos, mesmo aos que abandonam, mas se arrependem e regressam, Ele faz como o pai da parábola do Filho Pródigo recebe-os de braços e coração aberto.

Sejamos ambiciosos e lutemos pela nossa Medalha de Ouro, nunca é tarde!

Publicada por Spe Deus

Oração



Sabes, Senhor, eu tento!

Eu oro, (é verdade, Senhor, às vezes mais com a boca do que com o coração), eu medito, eu entrego-me nas tuas mãos, mas eu caio!

Sim, Senhor, eu sei que me levanto porque Tu me dás forças para me levantar, mas caio, Senhor, tantas vezes!

Eu sei, Senhor, que sou fraco, mas julgava eu que aproximando-me cada vez mais de Ti, menos cairia, menos fraco seria, mais perfeito seria.

Mas a verdade, Senhor, é que todos os dias descubro “novos” defeitos em mim, todos os dias encontro ocasiões de cair, todos os dias me sinto, apesar da luta, mais fraco, perante a minha fraqueza.

Sim, Senhor, eu quero acreditar que és Tu que vais moldando o barro duro e quebradiço que eu sou, e que por causa do meu modo de ser, tantas vezes não consegues fazer a obra que queres fazer em mim, porque endureço e me quebro nas Tuas mãos.

Quero pensar, acreditar, que quanto mais fraco me sinto, mais deixo que Tu estejas em mim, porque se assim não fosse, já tinha soçobrado.

Mas o orgulho, Senhor!

O orgulho de querer mostrar aos outros que já sou um discípulo “perfeito”!
Não é esse, Senhor, pois não, o testemunho que queres de mim?

Queres-me fraco, humilde, entregue, para que reflita muito mais o Teu querer, do que o meu ser.

E olhas para mim, com esse Teu olhar tão doce, que me sinto um pobre Pedro, (mas eu, empedernido), que nunca deixo de Te negar em tantos momentos da vida.

Pois, Senhor, eu sei que o Teu amor é infinitamente maior do que as minhas negações, do que a minha dureza, do que a minha fraqueza, mas como encontro eu essa entrega incondicional, de me saber fraco, para que Tu sejas a força em mim?

Encontro-te no degrau que subo, e encontro-te nos degraus que desço,
desço degraus, és Tu que me dás a mão, para voltar a subir.

E no entanto, Senhor, tanto caminho que já fizemos juntos!

Desta rocha dura e seca que eu sou, quanta água já tiraste Tu?Nem me deixas perceber quanta, para que não me orgulhe, para que não me julgue
Foi bom falar contigo, Senhor!

Não me sinto mais forte, mas ainda mais fraco do que quando comecei esta
conversa.Mas isso é bom, não é, Senhor?

É que se estou mais fraco no que me julgo, Tu estás mais forte no meu ser, e Tu assim estás em mim, o que hei-de eu temer, Senhor?

Amém, seja feita a Tua vontade, Senhor.

Joaquim Mexia Alves