sábado, 27 de setembro de 2014

Oração pelos que nos rodeiam




Obrigado, Senhor,
pela beleza dos que me rodeiam.
Palavras e gestos, rostos e sentimentos
de quem está perto
e nos ajudam nos combates da vida.

Obrigado, Senhor,
por aquelas pessoas que colocas no nosso caminho,
as que nos podem parecer um mundo de trabalhos,
mas que à tua luz são sempre um desafio.

Obrigado, Senhor,
pelos que não vivem da aparência,
e mostram a sua fragilidade num sorriso tímido
num olhar envergonhado.

Obrigado, Senhor,
pelos que se dispõem a ajudar porque sim,
em troca de nada,
ou quanto muito de uma Ave-Maria.

Obrigado, Senhor,
porque no meio do cansaço e da tristeza
nos mostras a alegria escondida do amor sem limites.

Por aqueles que nos rodeiam,
bons ou maus, tu o sabes,
obrigado, Senhor!

Fr. Filipe

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A vaidade é mentirosa, é fantasiosa




Os cristãos que vivem para aparecer são como pavões. 

Alguns dizem: Sou cristão, sou parente do padre tal, do bispo tal, ficam ostentando.... 

Mas e a sua vida como cristão? 
Rezam? 
E as obras de misericórdia, fazem-nas? 
Visitam os doentes? 

Por isso, Jesus nos diz que devemos construir a nossa vida cristã sobre a rocha, sobre a verdade. 
Mas ao invés os vaidosos constroem suas casas sobre a areia, e elas caem, como sua vida cristã escorrega, porque não são capazes de resistir às tentação.

Quantos cristãos vivem para aparecer. 
A vida deles parece uma bola de sabão. É bonita a bola de sabão! Tem todas as cores! Mas dura um segundo e depois? 

Também quando olhamos para alguns monumentos fúnebres, pensamos que é vaidade, porque a verdade é voltar para a terra nua, como dizia o Servo de Deus Paulo VI. 

Espera-nos a terra nua, essa é a nossa verdade final. 

Nesse meio tempo, eu me vanglorio ou faço alguma coisa? 
Eu faço o bem? 
Busco a Deus? 
Rezo? 

As coisas consistentes. A vaidade é mentirosa, é fantasiosa, engana a si mesmo, engana o vaidoso, porque ele finge ser, mas, no fim, ele acredita ser aquilo, acredita.Coitado!


Papa Francisco - excertos homilia Casa de Santa Marta 25.09.2014
http://spedeus.blogspot.pt/

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Guiai-me, Senhor


A palavra de Deus é como uma lâmpada acesa que ilumina o nosso caminho nos afastando do pecado e do mal. 

O verdadeiro caminho para a nossa felicidade é descoberto por nós através dos preceitos do Senhor. 

Se os seguirmos encontraremos com certeza, o itinerário para uma vida plena e abundante desde já e, quando chegar a nossa hora, com certeza, vislumbraremos a Luz de Jesus guiando os nossos passos para o céu.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

ORAÇÃO PARA PEDIR A CHUVA - (PAPA PAULO VI)




Deus, nosso Pai, Senhor do Céu e da terra

Tu és para nós existência, energia e vida



Criaste o homem à Tua imagem

a fim de que com o seu trabalho ele faça frutificar

as riquezas da terra

colaborando assim na Tua criação.


Temos consciência da nossa miséria e fraqueza:

nada podemos fazer sem Ti.

Tu, Pai bondoso, que sobre todos fazes brilhar o sol

e fazes cair a chuva,

tem compaixão de todos os que sofrem duramente

pela seca que nos ameaça nestes dias.


Escuta com bondade as orações que Te são dirigidas

com confiança pela Tua Igreja,

como satisfizeste súplicas do profeta Elias

que intercedia em favor do Teu povo.


Faz cair do céu sobre a terra árida

a chuva desejada

a fim de que renasçam os frutos

e sejam salvos homens e animais.


Que A chuva seja para nós o sinal

da Tua graça e da Tua bênção:

assim, reconfortados pela Tua misericórdia,

dar-te-emos graças por todos os dons da terra e do céu,

com os quais o Teu Espírito satisfaz a nossa sede.

Por Jesus Cristo, Teu Filho,

que nos revelou o Teu amor,

fonte de água viva, que brota para a vida eterna.

Amém.


Papa Paulo VI

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Envergonhar-se perante Deus é uma graça


É verdade que nenhum de nós matou ninguém, mas tantas pequenas coisas, tantos pecados quotidianos, de todos os dias... 

E quando pensamos: ‘Mas que coisa, que coração pequenino: eu fiz isto ao Senhor!’ 

E envergonhar-se! Envergonhar-se perante Deus e esta vergonha é uma graça: é a graça de ser pecador. 
‘Eu sou pecador e envergonho-me perante Deus e peço perdão.’ 

É simples, mas é tão difícil dizer: Eu pequei.
(...)
O homem e a mulher misericordiosos têm um coração largo: sempre desculpam os outros e pensam nos seus pecados. 
Viste o que aquele fez? Mas eu já tenho que chegue com o que fiz e não me meto nisso. Este é o caminho da misericórdia que devemos ter. 
Mas se todos nós, todos os povos, as pessoas, as famílias, os bairros, tivessem esta atitude, quanta paz existiria no mundo, quanta paz nos nossos corações! 

Porque a misericórdia leva-nos à paz. 

Recordai-vos sempre: 
Quem sou eu para julgar? 

Envergonhar-se e alargar o coração. Que o Senhor nos dê esta graça!.


Papa Francisco

O amor vivido atrai o perdão de Deus


Aquela mulher pecadora tinha fé na misericórdia de Deus e demonstrou isto quando enfrentou os fariseus e ousou prostrar-se aos pés de Jesus para lhe lavar os pés com perfume e enxuga-los com seus cabelos.
Para aquela mulher nada importava mais do que receber o perdão de Jesus e demonstrar a Ele o seu grande amor. 

Por isso os gestos daquela mulher a quem todos apontavam como sendo uma pecadora tocaram tão profundamente o coração de Jesus a ponto de lhe perdoar os pecados. 

Assim sendo, neste episódio, Jesus nos ensina que o amor demonstrado por nós é o maior motivo para que sejamos absolvidos das nossas transgressões. 

Jesus também nos mostra que nunca deixará passar as oportunidades para nos acolher mesmo que sejamos os maiores pecadores, e do mesmo modo ministrar o perdão dos nossos pecados. 
Podemos então, verificar que o perdão de Deus está condicionado ao nosso coração contrito e cheio de bons propósitos. 

O perfume valioso poderá ser a nossa oração nos momentos em que, também, nos deixamos estar aos pés de Nosso Senhor. 
Provamos muito amor e confiança quando dobramos os joelhos diante Dele e com as nossas lágrimas de arrependimento sincero e com a nossa oração penitente beijamos os Seus pés. 
Beijar os pés de Jesus é adorá-Lo na Santa Eucaristia, é acolher a Sua Palavra no coração e também, servi-Lo na pessoa dos nossos irmãos e irmãs. 

Portanto, temos também muitas oportunidades para, como a mulher da história, comprovar o nosso amor por Jesus colocando diante dele o nosso coração arrependido e cheio de boas intenções. 

– O que você “tem feito” para ser perdoado (a) dos seus pecados? 
– Você tem demonstrado amor nas ações do seu dia a dia? 
– Como está a sua vida de oração? 
– Você tem estado aos pés de Jesus, arrependido (a)?

http://www.umnovocaminho.com/

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O sábio não perde tempo com lamentações


Jesus nos alerta para que não sejamos como “crianças mimadas” que não sabem o que querem e não se conformam com o que possuem. 
A comparação com “crianças que se sentam nas praças” é uma referência às nossas infantilidades quando duvidamos das ações de Deus na nossa vida, quando cobramos Dele coisas que na maioria das vezes dependem primeiramente de nós. 
 
Não queremos perceber os Seus sinais, somos insatisfeitos e, desejamos que todas as coisas, aconteçam de acordo com a nossa vontade sem mesmo saber qual é, na verdade, o motivo pelo qual nós as pedimos e as esperamos. 

Não temos convicção de quem somos nem do que queremos e qual é o ideal da nossa vida. Reclamamos de tudo e não aproveitamos o momento atual para apreender, mesmo que seja com o sofrimento ou com a bonança, na alegria ou na tristeza. 

Somos nós essas crianças que não sabem o que querem nem tampouco do que precisam e se justificam pondo a culpa nos outros. 
Nunca assumimos as nossas carências, deficiências, leviandades, mudanças de humor e de opinião e há sempre alguém que é o nosso algoz, o réu, o acusado. 

Cada fato e acontecimento da nossa existência, quando enxergado com os olhos de Deus contém o seu aprendizado. Às vezes perdemos as graças que o Senhor nos dispensa porque não sabemos “entender os sinais dos tempos”. 

O negativo na maioria das vezes prevalece aos nossos olhos, não sabemos enxergar as luzes acesas e olhamos somente para as luzes que estão apagadas. 
Ainda não nos dispusemos a abrir o coração e perceber o reino de Deus que está dentro de nós. Sábio, portanto, é aquele que acolhe a palavra de Deus sem protesto e sem discussão. 

O sábio não perde tempo com lamentações, nem lamúrias. 
Somos “filhos da sabedoria” quando nos deixamos envolver pelo mistério da piedade, o mistério da Fé em Jesus Cristo, sem questionar ou murmurar. Jesus quer que sejamos “filhos da sabedoria”, que possamos sentir o cheiro de Deus em todos os acontecimentos da nossa vida. 

Mas ainda há tempo para que nós formemos uma geração diferente da geração do tempo de Jesus aqui na terra! 

- Essa história tem alguma coisa a ver com você? 
– Você é eternamente uma pessoa insatisfeita ou já enxerga o dedo de Deus na sua vida? 
– Você faz parte também dessa geração de crianças que não sabem o que querem? 
– Quem será o (a) culpado (a) por você nunca melhorar nem crescer? 
- Você se ajusta com facilidade aos fatos da sua vida ou você tem dificuldade de mudança?


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Como Zaqueu



Senhor,
subo à arvore para Te ver,
mas estou tão importante,
no meu ser,
que não Te consigo encontrar!

Fixo bem o meu olhar,
mas nada vejo,
porque o meu coração,
cheio de mim,
muito pouco sabe amar.

Por um momento,
vejo-Te,
cruzam-se os nossos olhos,
e eu fico inundado de uma paz,
de uma alegria,
que me enche por completo.

Nasce em mim uma vontade,
de não ser,
como agora sou,
mas de me converter totalmente,
ao que o Teu olhar 
me chamou.

Desço de mim,
abro-Te o coração,
dou-Te a chave da minha vida,
para que nela possas morar.

Descanso em Ti,
deixo que me envolvas,
que me ames,
como só Tu 
sabes amar.

Acalmo todo o meu ser. 

Senhor,
se Tu me habitas e amas,
que mais da vida 
posso eu querer?

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O professor que não regava as mudas


Havia, certa vez, um velho, professor aposentado, que morava em um sítio e gostava de plantar mudas de árvores. O seu sonho era fazer do sítio um bosque.

Mas este professor era diferente dos outros sitiantes. Ele não regava as mudas que plantava. Regava apenas no começo, até pegarem. Esta sua atitude intrigava a sabedoria dos vizinhos.

Ele explicava: “Se eu regar, elas ficam mimadas. Não regando, a vida delas se torna difícil, têm de aprofundar as raízes em busca de umidade. Assim, um vento forte não as derrubará”. Além de não regar, de vez em quando ele batia nas plantas com jornal enrolado.

Anos depois, o velho faleceu. O seu sítio tornou-se realmente um bosque muito bonito. Mas um bosque diferente. Quando a seca era prolongada, as árvores dos sítios vizinhos perdiam as folhas, mas aquelas não. Se dava um temporal, nenhuma árvore caía, mesmo quando muitas vizinhas caíam.

Árvores regadas todos os dias gostam de ser bem servidas e paparicadas. Sempre que sopra um vento frio, elas tremem.O interessante é que as árvores daquele professor pareciam preferir a adversidade e a privação, ao conforto e à tranquilidade.

As pessoas gostavam de fazer confraternizações embaixo delas. Isso porque, ao contrário das outras, aquelas árvores aprenderam a beber café sem açúcar.

Uma mãe, vizinha daquele sítio, sempre pedia a Deus, para seus filhos uma vida fácil e sem sofrimentos. Ao contemplar aquelas árvores, mudou a sua oração. Os ventos gelados são inevitáveis e as tempestades também. Ela passou a rezar para que as raízes dos seus filhos fossem profundas, a fim de encontrarem a umidade necessária para vencer as adversidades.

Nossos instintos foram feridos pelo pecado. Precisamos domá-los, e isso nos custa sacrifícios, treinamento e penitência.“Eu castigo o meu corpo e o trato com dureza, para não acontecer que eu proclame a mensagem aos outros, e eu mesmo seja reprovado” (1Cor 9,27).

João Batista foi um profeta que cresceu numa vida austera, vivendo no deserto e fazendo penitência. Só podia dar no que deu: Coragem… martírio.

Maria Santíssima também levou vida austera e foi uma profetiza corajosa. Ela fez denúncias claras: “O Senhor mostrou a força de seu braço. Dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias” (Lc 1,51-53). Ela enfrentou sacrifícios, como vemos na longa caminhada que fez, pela região montanhosa, para ajudar a prima Isabel. 
Santa Maria, rogai por nós!

Pe. Queiróz

Nesta vida, é necessário ser paciente…


“A paciência vos é necessária, a fim de que fazendo a vontade de Deus alcanceis a promessa”
(Hb 10, 36)

Deu-nos Deus a Santíssima Virgem como exemplar de todas as virtudes, mas especialmente da paciência. Semelhante à rosa, ela cresceu e viveu sempre entre os espinhos da tribulação.

Se, portanto, quisermos ser filhos desta Mãe, força é que procuremos imitá-la, abraçando com resignação as cruzes; e não somente as que nos vierem diretamente de Deus, mas também as que vierem da parte dos homens, tais como sejam as perseguições e os desprezos.

Na paciência possuireis as vossas almas

Sendo esta terra um lugar de merecimentos, chama-se com razão vale de lágrimas. 
Todos somos aqui postos para padecer e fazer, por meio da paciência, aquisição das nossas almas para a vida eterna, como já disse o Senhor:  — “Na paciência possuireis as vossas almas”.

Deus nos deu a Virgem Maria para exemplar de todas as virtudes, mas especialmente da paciência. Pondera entre outras coisas São Francisco de Sales, que foi exatamente para este fim que nas bodas de Caná, Jesus Cristo deu à Santíssima Virgem aquela resposta, com que mostrava estimar pouca as suas súplicas:

 — “Que há entre mim e ti, mulher?” Foi exatamente para nos dar o exemplo da paciência da sua Santa Mãe.

Toda a vida de Maria foi um exercício continuo de paciência; porquanto, como o Anjo revelou a Santa Brigida, a Bem-aventurada Virgem, semelhante à rosa, cresceu e viveu sempre entre os espinhos das tribulações.

E quanto ela sofreu, tanto na viagem para o Egito e na demora ali, como durante todo o tempo que viveu com o Filho na oficina de Nazaré, não cansemos de apreciá-lo dignamente.

Se desejamos ser filhos de Maria, é preciso que procuremos imitá-la na paciência, suportando em paz tanto as cruzes que nos vierem diretamente de Deus, isto é, a pobreza, as desconsolações espirituais, a enfermidade e a morte; como também as que nos vierem diretamente da parte dos homens, perseguições, desprezos, injúrias e seduções.

S. Gregório explicando este trecho de Oséias: “Fecharei o teu caminho com espinhos”, diz que assim como a sebe de espinhos guarda a vinha, assim Deus cerca de tribulações os seus servos, para que não se afeiçoem ao mundo.

De modo que, conclui São Cipriano, a paciência é a virtude que nos livra do pecado e do inferno, e enriquece-nos com merecimentos na vida presente e com a glória na outra. 
— É a paciência que faz os Santos, como diz São Tiago

Por esta razão, São João viu todos os Santos com palmas (símbolo do martírio) nas mãos; o que significa que todos os adultos que se salvam, devem ser mártires, ou de sangue ou de paciência.

“Alegremo-nos, pois”, exclama São Gregório: “se sofrermos com paciência as penas desta vida, podemos ser mártires, sem o ferro dos algozes.”

Oh, quanto nos aproveitará no céu cada pena sofrida por amor de Deus! — Se alguma vez o peso da cruz se nos afigurar demasiadamente duro, recorramos a Maria, que é chamada a medicina dos corações angustiados e a consoladora dos aflitos.

Ah! Senhora minha suavíssima! Padecestes inocente com tanta paciência, e eu, réu do inferno, recusarei padecer?

Minha Mãe, peço-vos hoje esta graça, não de ficar livre das cruzes, mas de suportá-las com paciência. Por amor de Jesus vos peço, que sem tardar me alcanceis de Deus esta graça; de vós a espero.

http://www.aascj.org.br/

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Um mundo sem Cruz seria um mundo sem esperança


A Cruz fala a todos os que sofrem – oprimidos, doentes, pobres, marginalizados, vítimas da violência - e assegura-lhes a esperança de que Deus pode transformar o seu sofrimento em alegria, o isolamento em comunhão, a morte em vida. 
A Cruz oferece uma esperança ilimitada ao nosso mundo decaído. 

É por isso que o mundo precisa da Cruz.
A Cruz não é um símbolo privado de devoção, não é um distintivo de sócio de um grupo qualquer. 
No seu significado mais profundo, não tem nada que ver com a imposição pela força de um credo ou de uma filosofia.

A Cruz fala de esperança, fala de amor, fala da vitória da não violência sobre a opressão; fala de Deus que eleva os humildes, dá força aos impotentes, faz superar as divisões, vencer o ódio com o amor.

Um mundo sem Cruz seria um mundo sem esperança, um mundo em que a tortura e a brutalidade permaneceriam desenfreados, o fraco seria explorado e a avidez teria a última palavra. 

A desumanidade do homem em relação ao homem manifestar-se-ia de modo ainda mais horrendo e não teria fim o círculo vicioso da violência. 
Só a Cruz põe um termo a tudo isso.

Bento XVI

Sabem qual é o nosso problema?


É o fato de estarmos fechados nos nossos mundinhos, centrados no nosso umbigo e prisioneiros dos nossos interesses e opiniões pessoais.

Vivemos mergulhados em filosofias, negócios e ocupações que nos preenchem totalmente e nos afastam de Deus.

Andamos distraídos, arrogantes e presunçosos.

Aparentemente livres, mas, afinal, prisioneiros do nosso eu e gradualmente insensíveis aos sinais de Deus.

Homens e mulheres com coração de pedra em vez de carne…

Numa palavra: pagãos!

Falta-nos a humildade e simplicidade de coração. E falta-nos também a coragem para nos submetermos ao que é maior do que nós e deixar que Deus – presente aqui e agora - nos ame.

Aura Miguel

Aquela que abriu as portas do céu

“Aquela que abriu as portas do céu para nos salvar tem poder para abrir e fechar as portas deste mundo”.

Eu vos contarei um milagre sobre isso. Pelo que li e acreditei – aconteceu no Alcácer, onde uma muito boa cristã vivia e confiava na Virgem mais do que tudo.

Por amor a Nossa Senhora, sempre ia aos sábados a uma igreja para rezar e levar uma oferenda.

Em meio a muitas ocupações, um dia ela se esqueceu de que era sábado e ao se dar conta do ocorrido, já era demasiado tarde.

Arrependida, ela foi à igreja com o intuito de entrar, mas como o povoado ficasse longe da igreja, encontrou suas portas já fechadas ao chegar, e se pôs a rezar e a chorar do lado de fora.

Terminada a sua oração, viu as portas abertas, e, maravilhada, pois ninguém as abrira, dirigiu-se ao altar e depositou ali a sua oferenda.

Ao deixar os umbrais da igreja, percebeu as portas se fecharem por si mesmas e, pasmada, tomou às presas o caminho de volta ao povoado.


Eis que ao chegar junto às suas muralhas pôde perceber que já se encontravam fechadas, pelo que – eu vos garanto por São Dionísio – se afligiu muito, mas recorreu como de costume a Nossa Senhora e as mesmas lhe foram abertas.

Nesse momento, uma formosa e nobre senhora tomando-a pela mão com grande contentamento a fez entrar na cidade conduzindo-a até a sua casa.

Antes de entrar em sua casa, perguntou à senhora:

– “Quem és tu, Senhora, que tanto bem fizeste a uma pobre mulher como eu?”

Ao que ela, com muita graça, respondeu:

– “Eu sou Aquela que socorre em seus males àqueles que precisam de Mim, Aquela que Deus escolheu para se encarnar”.

Quando a boa mulher ouviu isso, prosternou-se aos pés da Senhora para beijá-los, mas Ela desapareceu, deixando-a muito desconsolada.

Entrou então em sua casa e, no dia seguinte, saiu para contar o acontecido a todo mundo.

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