sábado, 17 de dezembro de 2016

VAI ME VER COM OUTROS OLHOS OU COM OS OLHOS DOS OUTROS?


“Vai me ver com outros olhos ou com os olhos dos outros?”- Paulo Leminski

Por muito tempo encarei a vida a partir de uma única perspectiva. Incorporei esta perspectiva em minhas características e a assumi como minha identidade. Por conta dela deixei de me conhecer enquanto um ser humano transbordante de desejos e prazeres, perdi as rédeas das minhas próprias escolhas e passei a viver num padrão estabelecido pelos ditames que essa tal visão me impunha. Deixei de acreditar que a vida era um mar de possibilidades e passei a crer que para mim apenas um final era possível.

Por muito tempo passei a receber o olhar piedoso das outras pessoas que não compreendiam o que acontecia comigo, minhas histórias passaram a ser motivo de riso e diversão e meu sofrimento fora banalizado. Sim, eu ria para não chorar. Sabe aquela velha história que contam por aí que o palhaço esconde a sua tristeza fazendo a alegria da platéia? Eu era o palhaço.

Mas afinal de contas, quem eu era? Eu era apenas uma pessoa que só falhava. Toda a minha singularidade, meu vasto universo particular, minhas conquistas, minha história era resumido, aos olhos dos outros como a garota que “só sabe errar”. Por muitos anos foi esta a visão que muitos tinham sobre mim, por muito tempo ouvi coisas que ao invés de riso me arrancavam lágrimas, palavras que ao invés de ânimo me desencorajavam. Eu, que sempre fui boa aluna, boa filha, boa pessoa e boa amiga fui marcada e tachada pela única coisa com a qual não sabia lidar muito bem: relacionamentos.

Cada fracasso amoroso era “só mais um” para os outros e mais uma ferida para mim. Mas normal, não é? Talvez eles estivessem certos sobre o que diziam a meu respeito. O que importa nesta história toda é que eu fui diminuída e reduzida a um ser de fracassos. Mas e as minhas habilidades, as minhas vitórias, e minhas conquistas? E o meu lado bom, meu lado amável, e a minha capacidade de resiliência? Elas também me constituem, também fazem parte de mim, uma pena que quase ninguém olhava para as minhas dores como quem deseja acolher, quase ninguém olhou para o meu coração machucado.

Eis que num belo dia alguém soube reconhecê-las. Em meio a tantas ervas daninhas no caminho surgiu uma flor. Alguém que me conhecia, que viu a minha histórias, os meus fracassos e desenganos, minhas inúmeras tentativas de fazer as coisas darem certo e soube me reconhecer para além da “máscara do palhaço”. Soube respeitar minhas feridas e me apresentou uma nova perspectiva de encarar a vida. Depois de tanto tempo eu finalmente voltei a acreditar que o final poderia ser diferente.

Ao contar isso a um antigo amigo ele me disse “É furada”, suas palavras me desencorajam por uns instantes, mas logo me recompus. Para ele, eu não havia aprendido nada. Até hesitei, confesso, pensei em lhe dar razão, mas pera lá, por que é ele quem está certo? Eu sou muito mais do que alguns erros que, diga-se de passagem, serviram para a minha aprendizagem. Foi então que finalmente eu pude assumir as rédeas da minha vida confiando plenamente nas minhas orações, enquanto alguns julgam a minha história outros tentam conhecê-la. Enquanto alguns apontam o dedo, outros estendem a mão. Eu me sentia forte, corajosa e confiante que Deus tem um plano para a minha vida e embora os barulhos do mundo tentem me confundir eu sei o caminho que devo seguir. A partir desse dia eu decidi que ninguém mais falaria por mim. Mesmo que as pessoas insistam em olhar para os meus fracassos – talvez elas não saibam o quanto isto me afeta – eu vou sempre olhar para as minhas vitórias, porque mais do que ninguém eu as conheço, sei que existem e são muitas, e sei o quão forte eu fui para conquistá-las! A partir desse dia, ainda, eu descobri que amigos são bons, mas o amor próprio e o autoconhecimento são incríveis e poderosíssimos, e a cada dia é uma nova descoberta que me renova e me impulsiona, se reinventar é maravilhoso, se amar e se conhecer é melhor ainda.

Escrito por: Mariane Gobbi

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

VIVER AGRADECIDO É PRODUZIR FRUTO


UM TEMA IMPORTANTÍSSIMO PARA A NOSSA VIDA CRISTÃ;- 
A PARÁBOLA DOS VITICULTORES HOMICIDAS. ELA MOSTRA ALGO QUE NOSSOS AVÓS NOS ENSINARAM;- PRESENTE NÃO SE ESCOLHE, SÓ SE AGRADECE. O PECADO COMEÇA JUSTAMENTE QUANDO ESQUECEMOS QUE É DEUS QUEM NOS DÁ OS PRESENTES DE NOSSA VIDA E PASSAMOS A ACHAR QUE NÓS É QUE FIZEMOS POR MERECÊ-LOS PARA ENTENDERMOS ISSO MELHOR, VAMOS NO TEXTO.

A PARÁBOLA COMEÇA COM O VERDADEIRO DONO DA VINHA PREPARANDO-A ANTES DE ARRENDÁ-LA. CREIO QUE PODERÍAMOS FICAR MUITO TEMPO MEDITANDO ESSE TRECHO, POIS ELE NOS DIZ COMO DEUS SE APROXIMA DE SUAS CRIATURAS DE FORMA CARINHOSA, CUIDANDO DELAS PARA QUE TENHAM TUDO DE QUE PRECISAM. COM ELE, NUNCA FICAMOS DESAMPARADOS. DEUS É A FONTE DA VIDA. POR ISSO NÃO PODEMOS DEIXAR DE AGRADECER-LHE POR TANTO BEM.

CONTINUANDO O TEXTO, ASSIM COMO O DONO ARRENDA A VINHA PARA O TRABALHO, NÓS RECEBEMOS A VIDA PARA COLOCÁ-LA A SERVIÇO.
 NA VERDADE, É NOS COLOCANDO A SERVIÇO QUE VERDADEIRAMENTE AGRADECEMOS O DOM. VIVENDO O SERVIÇO ÁS OUTRAS CRIATURAS, NOSSA VIDA VAI CORRESPONDENDO AO PRESENTE DADO POR DEUS;- ELA VAI SE TORNANDO FONTE DE VIDA A TODOS OS IRMÃOS ENVIADOS POR DEUS A NOSSOS CUIDADOS.

O PROBLEMA É QUE NOS TORNAMOS MAL-AGRADECIDOS, ESQUECEMOS QUE A VIDA É DOM E ACHAMOS QUE FIZEMOS POR MERECER O QUE GANHAMOS. A PARTIR DAÍ DEIXAMOS DE NOS ALEGRAR COM OS DONS, DEIXAMOS DE NOS COLOCAR A SERVIÇO E COMEÇAMOS A EXIGIR COISAS SÓ PARA NÓS. PARA ATINGIR NOSSOS OBJETIVOS, PASSAMOS ATÉ A MALTRATAR E DESPREZAR AS OUTRAS CRIATURAS. EIS A RAIZ DO PECADO! ISSO É EXATAMENTE O QUE ACONTECE NA PARÁBOLA;- AQUELES QUE ARRENDAM A VINHA PASSAM A SE ACHAR DONOS DELA E, EM VEZ DE CUIDAR DELA, COMEÇAM A MALTRATAR TODOS OS ENVIADOS PELO SENHOR. E AÍ ESTÁ A CONSEQUÊNCIA DO PECADO;- FAZER SOFRER.

NÃO PODEMOS NOS DEIXAR ENGANAR;- VIVEMOS NUM MUNDO REPLETO DE PECADOS, EM QUE PESSOAS ABANDONAM E MALTRATAM OS IRMÃOS PORQUE SE ACHAM MAIS MERECEDORAS DE FELICIDADE. ESSE JEITO DE LEVAR A VIDA ACABA COM QUALQUER CHANCE DE COMUNHÃO. POR ISSO JESUS DIZ QUE O REINO DE DEUS SERÁ ENTREGUE ÁQUELES QUE PRODUZEM FRUTOS, ISTO É, AOS QUE GERAM VIDA, AOS QUE CUIDAM DOS IRMÃOS. PARA CURAR O MAL, É PRECISO QUE NOS SINTAMOS AGRADECIDOS PELOS DONS QUE DEUS QUIS NOS DAR. SÓ ASSIM PODEREMOS SER CAPAZES DE PERCEBER QUE A VIDA DO OUTRO TAMBÉM É DOM, E COMEÇAR ENTÃO A PRODUZIR FRATERNIDADE.

COM ISSO ENTENDEMOS QUE A VERDADEIA FORMA DE AGRADECER A DEUS PELOS DONS RECEBIDOS ULRAPASSA O LOUVOR ATRAVÉS DOS LÁBIOS;- O AGRADECIMENTO EXIGE QUE TRANSFORMEMOS NOSSAS VIDAS EM VIDAS PARA OS OUTROS. AMÉM.

André Bressane de Oliveira

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Ao esquecimento de si mesmo chega-se pela oração


A maior parte dos que têm problemas pessoais, os têm pelo egoísmo de pensar em si próprios.

Cada um de vós, se quiser, pode encontrar o caminho que lhe for mais propício para este colóquio com Deus. 
Não me agrada falar de métodos nem de fórmulas, porque nunca fui amigo de espartilhar ninguém; tenho procurado animar todas as pessoas a aproximarem-se do Senhor, respeitando cada alma tal como ela é, com as suas próprias características. 
Pedi-lhe vós que meta os seus desígnios na nossa vida: e não apenas na nossa cabeça, mas no íntimo do nosso coração e em toda a nossa atividade externa. 
Garanto-vos que deste modo evitareis grande parte dos desgostos e das penas do egoísmo e sentir-vos-eis com força para propagar o bem à vossa volta. 
Quantas contrariedades desaparecem, quando interiormente nos colocamos muito próximos deste nosso Deus, que nunca nos abandona! 
Renova-se com diversos matizes esse amor de Jesus pelos seus, pelos doentes, pelos entrevados, quando pergunta: que se passa contigo? Comigo... 
E, logo a seguir, luz ou, pelo menos, aceitação e paz.

Ao convidar-te para fazeres essas confidências com o Mestre, refiro-me especialmente às tuas dificuldades pessoais, porque a maioria dos obstáculos para a nossa felicidade nascem de uma soberba mais ou menos oculta. 
Pensamos que temos um valor excepcional e qualidades extraordinárias. Mas, quando os outros não são da mesma opinião, sentimo-nos humilhados. 
É uma boa ocasião para recorrer à oração e para retificar, com a certeza de que nunca é tarde para mudar a rota. 
Mas é muito conveniente iniciar essa mudança de rumo quanto antes. 

São Josemaría Escrivá

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

7 práticas para todo homem de Deus alimentar a sua vida de fé

Se os hábitos a seguir ainda não fazem parte da sua vida, comece a pô-los em prática hoje mesmo!
 Em uma ousada tática para trazer os homens de volta à Igreja, o bispo da diocese de Phoenix, nos Estados Unidos, escreveu uma exortação apostólica intitulada Into the Breach ("Na Brecha", lit.). A iniciativa surgiu como uma resposta à desafiante crise que enfrentam a masculinidade e a paternidade em nossos tempos — 

Em um trecho dessa carta, o bispo Thomas Olmsted enumera sete importantes práticas que todo homem de Deus deve cultivar para tomar a sua cruz e seguir o seu Senhor. As cinco primeiras são propostas diariamente; as duas últimas podem ser feitas em um ritmo semanal ou mesmo mensal. O importante é não cruzar os braços, pois "quem não se prepara e não se fortalece para o combate espiritual é incapaz de permanecer 'firme na brecha' por Cristo".

Se os hábitos a seguir ainda não fazem parte da sua vida, comece a pô-los em prática hoje mesmo!

1. Rezar todos os dias

Todo homem católico deve começar o seu dia com oração. Há um ditado que diz: "Até que você se dê conta de que a oração é a coisa mais importante na vida, você nunca terá tempo para rezar". Sem oração, um homem é como um soldado sem comida, sem água e sem munição!

Por isso, reserve algum tempo para falar com Deus como a primeira coisa do seu dia, todas as manhãs. Reze as três orações essenciais da fé católica: o Pai Nosso, a Ave Maria e o Glória.

Reze também em toda refeição. Antes que a comida ou a bebida toque os seus lábios, faça o sinal da cruz, reze a oração do "Abençoai-nos, Senhor" e termine com o sinal da cruz. Faça isso, não importando onde, com quem ou o quanto você esteja comendo. Nunca fique tímido ou com vergonha de rezar durante as refeições. Jamais negue a Cristo a gratidão que Lhe é devida. Rezar como um homem católico antes de cada refeição é uma maneira simples, mas poderosa de manter-se firme na brecha (cf. Ez 22, 30).
Você quer rezar, mas não sabe por onde começar?
2. Fazer um exame de consciência antes de dormir

Reserve alguns minutos para repassar o seu dia, incluindo tanto as graças que você recebeu quanto os pecados que cometeu. Agradeça a Deus pelas bênçãos e peça perdão pelos seus pecados. Depois, faça um ato de contrição.
Mas, afinal, por que fazer um exame de consciência é importante?

3. Não deixar de ir à Missa

Ainda que assistir à Missa semanalmente seja um preceito da Igreja, apenas um em cada três homens católicos assistem à Missa todos os domingos. Para um grande número de homens católicos, a sua negligência em assistir à Missa é um pecado grave, um pecado que os coloca em perigo mortal.

A Missa é um refúgio na batalha espiritual, onde os homens católicos encontram o seu Rei, ouvem os Seus comandos e são fortalecidos com o Pão da Vida. Toda Missa é um milagre onde Jesus Cristo está integralmente presente, um milagre que é o ápice não apenas da semana, mas de todas as nossas vidas sobre a terra. Na Missa, um homem agradece a Deus por Suas inúmeras graças e ouve Cristo enviá-lo de volta ao mundo para construir o Reino de Deus. Pais que levam os seus filhos à Missa estão ajudando de uma maneira muito real a assegurar a sua salvação eterna.
Qual a sua desculpa para não ir à Missa? Saia da inércia e corra para a igreja!
Ir à Missa todos os dias não é um exagero? Não, não é.
4. Ler a Bíblia

Como São Jerônimo mui claramente nos diz: "Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo". Quando lemos a palavra de Deus, Jesus está presente. Homens casados, leiam a Bíblia com suas esposas e com seus filhos. Se os filhos de um homem o vêem lendo as Escrituras, mais eles tendem a permanecer na fé. Meus irmãos em Cristo, isto eu posso assegurar a você: homens que lêem a Bíblia crescem em graça, sabedoria e paz.
Acompanhe diariamente meditações sobre os Evangelhos - aprenda a ler as Escrituras com fruto espiritual.

5. Guardar o repouso dominical

Desde a criação de Adão e Eva, Deus Pai estabeleceu um ciclo semanal terminando com o repouso sabático. Ele nos deu o "sábado" para assegurar que em um dos sete dias nós Lhe rendêssemos graças, descansássemos e refizéssemos as nossas forças. Nos dez mandamentos, Deus reafirma a importância de guardar o "sábado".

Com o constante bombardeio comercial e barulho dos meios de comunicação hoje em dia, o "sábado" é a trégua de Deus em meio à tempestade. Como homens católicos, vocês devem começar (ou aprofundar) a santificação do "sábado" (que para nós, cristãos, é o dia do Senhor, o Domingo). Se são casados, devem conduzir suas esposas e filhos a fazer o mesmo. Dediquem o dia para o descanso e para uma verdadeira recreação, e evitem todo trabalho desnecessário. Passem o tempo em família, assistam à Missa e aproveitem o presente desse dia.
Como devemos guardar o domingo e os dias santos?


6. Procurar a Confissão

Bem no início do ministério público de Cristo, Jesus chama todos os homens ao arrependimento. Sem arrependimento dos pecados, não pode haver nenhuma cura ou perdão, e não haverá nada de Céu. Um grande número de homens católicos está em grave risco de morte, devido particularmente aos níveis epidêmicos de consumo de pornografia e do pecado da masturbação.

Meus irmãos, vão se confessar agora mesmo! Nosso Senhor Jesus Cristo é um Rei misericordioso que perdoará aqueles que humildemente confessarem os seus pecados, mas Ele não perdoará aqueles que se negam. Abram as suas almas ao dom da misericórdia do Senhor!
Você tem vergonha de contar os seus pecados a um padre?
Prepare-se para fazer uma boa Confissão


7. Construir fraternidade com outros homens católicos

A amizade católica entre os homens tem um grande impacto em suas vidas de fé. Homens que possuem laços de fraternidade com outros homens católicos rezam mais, vão à Missa e à Confissão mais frequentemente, lêem as Escrituras com mais regularidade e são mais ativos na fé.

O livro dos Provérbios nos diz que "o ferro com o ferro se aguça, e o homem aguça o homem" ( Pr 27, 17). Conclamo a cada um de nossos padres e diáconos a reunir os homens em suas paróquias e começar a reconstruir uma fraternidade católica vibrante e transformadora. Conclamo os leigos a formarem pequenos grupos de amizade para apoio mútuo e crescimento na fé. Nenhuma amizade pode ser comparada a um amigo em Cristo.

Pe. Paulo Ricardo
Fonte: Into the Breach | Tradução: Equipe Christo Nihil Praeponere

É preciso cultivar a amizade com Deus



“Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro”.

Que encontrou a Deus encontrou um amigo. Desde o princípio, quando Deus criou o homem, estabeleceu em sua existência a capacidade de amar e o desejo de ser amado, e isto se resultou em AMIZADE. No Catecismo da Igreja Católica podemos ler que a amizade nos conduz à comunhão espiritual. Ela é uma relação afetiva entre duas pessoas, é um relacionamento humano que envolve conhecimento mútuo, afeição e lealdade.

E como temos mantido a nossa amizade com Deus? Você é amigo de Deus? Quem são os seus amigos? Você os valoriza?

Diante desta realidade é necessário que a nossa amizade com Deus seja cultivada diariamente com profundo desejo de estar na presença de Deus. E os elementos que nos ajudam neste cultivo são: Eucaristia, adoração, perdão, confissão, jejum e o santo terço.

Maria é um exemplo de pessoa que manteve seu coração unido a Deus em todas as suas experiências. Mesmo ela sendo a mãe do Cristo, ela quis viver com Deus a intimidade de ser a amiga Dele; em suas experiências e no seu dia-dia, ela foi fiel e leal até o fim.

A amizade com Deus exige de nós doação, renúncias e coragem para ser perseverante, pois não podemos parar em nossas primeiras experiências de amor com Deus, mas devemos prosseguir em seu caminho para que Ele venha realizar em nós maravilhas da mesma forma que realizou na vida de Maria.

Em João 15,16, Jesus nos diz: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça”. Existe uma escolha. E a amizade com Deus acontece pela graça do Espírito Santo. Precisamos abrir os olhos para enxergar os pequenos sinais da amizade de Deus. Precisamos corresponder a Ele pela oração, pois assim crescemos nessa amizade com o Senhor. Essa amizade precisa dar frutos. Deus quer ser nosso amigo. Nenhum de nós veio a este mundo por acaso, por um “acidente de percurso”. O Senhor tem um sonho para nós.

Eleja Deus como seu amigo íntimo, como Aquele diante do qual você não pode usar máscaras. Se você crescer na vida de oração, poderá fazer com que os segredos do Senhor lhe sejam conhecidos. Se não formos amigos do Senhor, não seremos capazes de nos amar nem amar os outros; não seremos capazes de ter amizades com outras pessoas.

Aline dos Santos
Com. Mariana Resgate

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A "lógica do depois do amanhã" e a transformação após a morte


“Se Cristo não ressuscitou, tampouco nós ressuscitaremos”. A partir deste trecho da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, o Papa desenvolveu sua meditação matutina na Casa Santa Marta, na manhã desta sexta-feira (16/09). Francisco então enfatizou a “lógica da redenção até o final”.

O Pontífice notou, com um pouco de amargura, que quando recitamos a última parte do Credo, o fazemos com pressa porque nos amedronta pensar ao futuro, à ressurreição dos mortos.

Lógica de Cristo
“É fácil para todos – observou – entrar na lógica do passado, porque é concreta”, e também é “fácil entrar na lógica do presente, porque o vemos”. Mas quando olhamos para o futuro, então pensamos que seria “melhor não pensar”. “Não é fácil – reiterou – entrar na totalidade desta lógica do futuro”.

“A lógica de ontem é fácil. A lógica do hoje é fácil. A lógica do amanhã é fácil: todos morreremos. Mas a lógica do depois de amanhã, esta é difícil. E isto é aquilo que Paulo quer anunciar hoje: a lógica do depois de amanhã. Como será? Como será isso? A ressurreição. Cristo ressuscitou. Cristo ressuscitou e está bem claro que não ressuscitou como um fantasma. No trecho de Lucas sobre a ressurreição: “Toquem-me”. Um fantasma não tem carne, não tem ossos. “Toquem-me. Deem-me de comer”. A lógica do depois do amanhã é a lógica na qual entra a carne”.
Perguntamo-nos, retomou o Papa, “como será o céu?”, se “estaremos todos lá”, mas “não entendemos aquilo que Paulo quer que entendamos, esta lógica do depois do amanhã”. E aqui, advertiu, “somos traídos por um certo agnosticismo” quando pensamos que “será tudo espiritual” e “temos medo da carne”.

Piedade espiritualista

Não esqueçamos, disse Francisco, “que esta foi a primeira heresia”, que o Apostólo João condena: ‘Quem diz que o Verbo de Deus não se fez carne, é do anticristo’.

“Temos medo de aceitar e levar às últimas consequências a carne de Cristo. É mais fácil uma piedade espiritualista, uma piedade de nuances; mas entrar na lógica da carne de Cristo, isto é difícil. E esta é a lógica do depois do amanhã. Nós ressuscitaremos como Cristo ressuscitou, com a nossa carne”.

O Papa recordou que os primeiros cristãos se perguntavam como Jesus ressuscitou e observa que “na fé da ressurreição da carne, estão enraizadas as mais profundas obras de misericórdia, porque há uma conexão contínua”. De outro lado, prosseguiu, São Paulo sublinha com ênfase que todos seremos transformados, o nosso corpo e a nossa carne serão transformados.

Transformação da carne

Ainda, recorda que o Senhor “fez-se ver e tocar e comeu junto com os discípulos após a ressurreição”. E esta “é a lógica do depois do amanhã, aquela que temos dificuldade de entender, na qual todos encontramos dificuldades para entrar”:

“É um sinal de maturidade entender bem a lógica do passado, 
é um sinal de maturidade se mover na lógica do presente, aquela de ontem e aquela de hoje. 
É também um sinal de maturidade ter a prudência para enxergar a lógica do amanhã, do futuro. 

Mas é preciso uma grande graça do Espírito Santo para entender esta lógica do depois do amanhã, depois da transformação, quando Ele virá e nos levará às nuvens, todos transformados, para permanecer sempre com Ele. 
Peçamos ao Senhor a graça desta fé”.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Oração do Papa Francisco pela Paz


Agora, Senhor, ajudai-nos Vós! 
Concedei-nos Vós a paz,
ensinai-nos Vós a paz, 
orientai-nos Vós rumo à paz. 

Abri os nossos olhos e os nossos corações, e incuti-nos a coragem de dizer: «Nunca mais a guerra!»; «com a guerra tudo está destruído!». 

Infundi em nós a coragem de realizar gestos concretos para edificar a paz... 

Tornai-nos disponíveis para ouvir o clamor dos nossos cidadãos que nos pedem para transformar as nossas armas em instrumentos de paz, 
os nossos temores em confiança 
e as nossas tensões em perdão. 

Assim seja!

SALMO DE UM PECADOR



Coitado
pobre de mim,
na minha condição de pecador,
que deixo ir a minha vontade,
até ao fim,
assim ferindo o Teu amor.

Aparto-me do meu eu,
o meu eu que é o Teu,
Senhor,
porque o eu da minha vontade
é o meu eu pecador.

Prostro-me de joelhos,
a cara pelo chão,
e digo-Te,
olhos nos olhos:
Que será de mim,
Senhor,
se não vieres ao meu coração!

Nada mereço,
nem teu empregado ser,
quanto mais Teu filho,
ou chamares-me…
Teu irmão.

Corres para mim,
abraças-me junto ao peito
no Teu amor de abundância,
e dizes-me com a maior ternura:
Vem a Mim,
Meu filho,
toma tudo o que te dou,
toma tudo o que Eu sou,
porque não há pecado,
ou pecador,
que fique fora da esperança,
da grandeza do Meu amor!

Obrigado, obrigado Senhor!

Joaquim Mexia Alves
(Spedeus)

domingo, 11 de setembro de 2016

Peça a Deus para lhe guiar




Quando a angústia lhe afligir, quando o desespero tomar conta do seu coração, quando você se sentir perdido, e a dor parecer lhe sufocar. Feche os olhos, tente respirar fundo e deixe o seu coração lhe guiar através do amor de Deus.

Não há dor que não passe, não há desespero que a esperança não leve, não há situação que a fé não salve. Se Deus lhe apresentou um desafio na vida é porque Ele sabe que você vai ser capaz de superar, e vai aprender uma importante lição na vida. Tenha a certeza que Deus jamais permitiria que você passasse por tamanha provação se Ele não soubesse que você seria capaz de ultrapassar.

As dores e cicatrizes podem ficar marcadas em sua alma, mas os ensinamentos de Deus também estarão cravados na sua alma. Não há crescimento sem sofrimento, não há sabedoria sem dor. Resigne-se diante da vontade do Senhor, reconcilia-se com a sua dor, com a sua vida, com os seus caminhos, e entregue os seus passos a Deus. Ele saberá lhe guiar. Tenha paz e paciência!

sábado, 13 de agosto de 2016

Oxalá sejas como um velho silhar oculto



Não queiras ser como aquele catavento dourado do grande edifício; por muito que brilhe e por mais alto que esteja, não conta para a solidez da obra. – Oxalá sejas sempre como um velho silhar oculto nos alicerces, debaixo da terra, onde ninguém te veja; por ti não desabará a casa. (Caminho, 590)


Deixa-me que te recorde, entre outros, alguns sinais evidentes de falta de humildade:
– pensar que o que fazes ou dizes está mais bem feito ou mais bem dito do que o que os outros fazem ou dizem;
– querer levar sempre a tua avante;
– discutir sem razão ou, quando a tens, insistir com teimosia e de maus modos;
– dar a tua opinião sem ta pedirem ou sem a caridade o exigir;
– desprezar o ponto de vista dos outros;
– não encarar todos os teus dons e qualidades como emprestados;
– não reconhecer que és indigno de toda a honra e estima, inclusive da terra que pisas e das coisas que possuis;
– citar-te a ti mesmo como exemplo nas conversas;
– falar mal de ti mesmo, para fazerem bom juízo de ti ou te contradizerem;
– desculpar-te quando te repreendem;
– ocultar ao Director algumas faltas humilhantes, para que não perca o conceito que faz de ti;
– ouvir com complacência quem te louva, ou alegrar-te por terem falado bem de ti;
– doer-te que outros sejam mais estimados do que tu;
– negar-te a desempenhar ofícios inferiores;
– procurar ou desejar singularizar-te;
– insinuar na conversa palavras de louvor próprio, ou que dão a entender a tua honradez, o teu engenho ou destreza, o teu prestígio profissional...;
– envergonhar-te por careceres de certos bens... (Sulco, 263)


São Josemaría Escrivá

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

A nossa medalha de ouro


Nestes dias estamos a assistir atletas de todo o mundo competirem nos Jogos Olímpicos, entre eles há uma minoria que alcança uma medalha e só os melhores entre os melhores obtêm uma de ouro.

Ora, Jesus Cristo Nosso Senhor ao anunciar-nos o Reino dos Céus ofereceu-nos a possibilidade de alcançarmos a maior e melhor Medalha de Ouro a que podemos aspirar, é certo, que para a alcançarmos e sermos credores da Sua extraordinária misericórdia, teremos de nos aplicar nas Olimpíadas da Vida sendo fiéis e apaixonados cumpridores dos Seus ensinamentos e mandamentos.

No entanto, em relação aos atletas em competição temos uma enorme vantagem, é que Ele não nos desqualifica, não nos elimina, dá-nos sempre mais uma oportunidade para recomeçarmos, mesmo aos que abandonam, mas se arrependem e regressam, Ele faz como o pai da parábola do Filho Pródigo recebe-os de braços e coração aberto.

Sejamos ambiciosos e lutemos pela nossa Medalha de Ouro, nunca é tarde!

Publicada por Spe Deus

Oração



Sabes, Senhor, eu tento!

Eu oro, (é verdade, Senhor, às vezes mais com a boca do que com o coração), eu medito, eu entrego-me nas tuas mãos, mas eu caio!

Sim, Senhor, eu sei que me levanto porque Tu me dás forças para me levantar, mas caio, Senhor, tantas vezes!

Eu sei, Senhor, que sou fraco, mas julgava eu que aproximando-me cada vez mais de Ti, menos cairia, menos fraco seria, mais perfeito seria.

Mas a verdade, Senhor, é que todos os dias descubro “novos” defeitos em mim, todos os dias encontro ocasiões de cair, todos os dias me sinto, apesar da luta, mais fraco, perante a minha fraqueza.

Sim, Senhor, eu quero acreditar que és Tu que vais moldando o barro duro e quebradiço que eu sou, e que por causa do meu modo de ser, tantas vezes não consegues fazer a obra que queres fazer em mim, porque endureço e me quebro nas Tuas mãos.

Quero pensar, acreditar, que quanto mais fraco me sinto, mais deixo que Tu estejas em mim, porque se assim não fosse, já tinha soçobrado.

Mas o orgulho, Senhor!

O orgulho de querer mostrar aos outros que já sou um discípulo “perfeito”!
Não é esse, Senhor, pois não, o testemunho que queres de mim?

Queres-me fraco, humilde, entregue, para que reflita muito mais o Teu querer, do que o meu ser.

E olhas para mim, com esse Teu olhar tão doce, que me sinto um pobre Pedro, (mas eu, empedernido), que nunca deixo de Te negar em tantos momentos da vida.

Pois, Senhor, eu sei que o Teu amor é infinitamente maior do que as minhas negações, do que a minha dureza, do que a minha fraqueza, mas como encontro eu essa entrega incondicional, de me saber fraco, para que Tu sejas a força em mim?

Encontro-te no degrau que subo, e encontro-te nos degraus que desço,
desço degraus, és Tu que me dás a mão, para voltar a subir.

E no entanto, Senhor, tanto caminho que já fizemos juntos!

Desta rocha dura e seca que eu sou, quanta água já tiraste Tu?Nem me deixas perceber quanta, para que não me orgulhe, para que não me julgue
Foi bom falar contigo, Senhor!

Não me sinto mais forte, mas ainda mais fraco do que quando comecei esta
conversa.Mas isso é bom, não é, Senhor?

É que se estou mais fraco no que me julgo, Tu estás mais forte no meu ser, e Tu assim estás em mim, o que hei-de eu temer, Senhor?

Amém, seja feita a Tua vontade, Senhor.

Joaquim Mexia Alves

quarta-feira, 8 de junho de 2016

A melhor herança a transmitir




Uma herança, em sentido abrangente, é um conjunto de bens que se transmitem de pais para filhos. É um “tesouro” maravilhoso que nos ajuda a não começar a partir do nada a nossa vida. Revela-nos, entre outras coisas, que não caímos do céu numa nave espacial. Viemos a este mundo no seio de uma família, com as suas tradições e as suas posses, tanto materiais como espirituais. A partir da nossa identidade ― em grande parte herdada dos nossos pais ― podemos começar a “construir” a nossa vida.

Além disso, dar “riquezas” aos filhos é a felicidade máxima dos pais. Desejam ajudar em tudo o que lhes for possível. Estão dispostos a passar todo o tipo de privações para que os seus filhos triunfem na vida e sejam verdadeiramente felizes. Eles são a sua alegria e a sua coroa!

Pergunta oportuna para que os pais se façam a si próprios: qual é a melhor herança que podemos deixar aos nossos filhos?

Resposta: a fé em Jesus Cristo.

Porquê?

Porque é a única coisa verdadeiramente importante.

Porque é uma riqueza que não pode ser roubada. Porque dá um sentido último à vida, para além do mero triunfo humano, que nunca é completamente possível. Porque nos revela a nossa grandeza e a nossa missão. Porque nos diz que caminhamos para a casa do Pai e não para um simples buraco na terra ― por muito bonito que seja o mausoléu!

Porque nos enche de Esperança ― com letra maiúscula ― que é a única virtude onde a alegria genuína se pode apoiar.
Mas, atenção!

A fé transmite-se pelo testemunho pessoal dos pais. Não é um mero ensinamento teórico. É a comunicação de uma mensagem de vida! A fé só é convincente quando se vê encarnada. Transmite melhor a fé não quem sabe mais, nem quem é mais inteligente, mas aquele que melhor vive de acordo com ela.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

domingo, 24 de abril de 2016

Sereno no meio das perseguições


Se, por teres o olhar fixo em Deus, souberes manter-te sereno no meio das preocupações; 
se aprenderes a esquecer as ninharias, os rancores e as invejas; pouparás muitas energias, que te fazem falta para trabalhar com eficácia, em serviço dos homens.

Luta contra as asperezas do teu carácter, contra os teus egoísmos, contra o teu comodismo, contra as tuas antipatias... Além de que temos de ser corredentores, o prêmio que receberás (pensa bem nisso!) estará em relação directíssima com a sementeira que tiveres feito.

Tarefa do cristão: afogar o mal em abundância de bem. Nada de fazer campanhas negativas, nem de ser anti-nada. 
Pelo contrário: viver de afirmação, cheios de optimismo, com juventude, alegria e paz; olhar para todos com compreensão: os que seguem Cristo e os que O abandonam ou não O conhecem.

Compreensão, porém, não significa abstencionismo, nem indiferença, mas atividade.

Paradoxo: desde que me decidi a seguir o conselho do salmo 
– "Lança sobre o Senhor as tuas preocupações, e Ele te sustentará", cada dia tenho menos preocupações na cabeça... 
E ao mesmo tempo, com o devido trabalho, resolve-se tudo com mais clareza!

São Josemaría Escrivá

quinta-feira, 24 de março de 2016

Reflexões Quaresmais



Chegam ao fim estes dias da Quaresma, mas não chega ao fim o caminho de conversão, o caminho de encontro contigo, Senhor, o caminho para melhor Te conhecer, para melhor Te amar, e em Ti, amar melhor os outros.

Lembras-te um dia, Senhor, em que eu Te dava graças por tanto caminho percorrido na viagem da minha vida em direção a Ti, e Tu disseste ao meu coração, cheio de amor e humor: Caminho, viagem, meu Joaquim! Mas tu ainda nem começaste a fazer as malas!”

É verdade, Senhor, que o caminho, a viagem da vida contigo, é sempre um recomeço, é sempre um chegar sem ainda lá estar, é sempre um amar que cada vez mais necessita de amor, porque Tu, Senhor, «renovas todas as coisas.»

Mas hoje quero dar-Te graças, porque em cada dia desta Quaresma, mesmo quando me parecia nada vir ao meu coração para refletir, Tu no último momento, quando me sentava para escrever, colocavas a reflexão e as palavras no meu coração, na minha mente, nas minhas mãos.

Perdoa, Senhor, se não soube testemunhar tudo aquilo que me deste neste Caminho Quaresmal, mas Tu sabes, bem melhor do que eu, das minhas fraquezas, das minhas incapacidades de transmitir o tanto que em mim colocaste, que em mim colocas.

Prostro-me diante de Ti, e peço-Te humildemente que me guies ainda neste Tríduo Pascal, que há-de culminar na Páscoa da Ressurreição.

Que seja verdade na minha vida a oração que um dia o Espírito Santo quis colocar no meu coração: 

“Ensina-me Mãe a ser nada, para que Cristo seja tudo em mim.”

Joaquim Mexia Alves

TRÍDUO PASCAL


Começam hoje os dias que me tocam particularmente.
Tocam não só profundamente a minha espiritualidade, mas todo o meu ser homem, sobretudo homem que pensa, age e se emociona.
Muitas vezes não consigo conter as lágrimas, (isto é coisa de agora, que considero graça de Deus), mas não são lágrimas de tristeza, mas de um amor profundo, de uma serenidade bonançosa, de uma esperança inabalável.
Penso n’Ele, tento viver para Ele, quero respirar o que Ele respira, ou melhor, quero respirá-Lo, a Ele, como se respira a vida.

E divido-me, divido-me sempre!
Muitas vezes me sinto ao Seu lado, querendo ser Simão de Cirene, querendo ser Verônica, querendo ser Maria e João, querendo viver em mim a Sua Paixão, e depois, brutalmente, confronto-me com a realidade da minha vida que tantas vezes me coloca no meio daqueles que Lhe dão beijos de traição, que O negam antes do “galo cantar”, que gritam com a multidão: crucifica-O, crucifica-O!

Mas Ele, no meio do sofrimento, no meio da humilhação, por entre a dor cravada no Seu Coração por aqueles que deliberadamente se condenam, olha-me nos olhos, toma-me pela mão, encosta-me ao seu peito cansado e diz-me cheio de ternura: É por ti, é por ti!
*(É por ti, Maria Angélica)

E eu, dividido entre mim, baixo os olhos e respondo-Lhe: Mas, Jesus, eu sou tão pecador!
Ele aperta-me ainda mais junto a Si, afaga-me a cabeça e diz-me com a Sua voz repassada de amor: 

Não entendes, *Maria Angélica? Tudo isto é para te dizer que estejas de que lado estejas, eu amo-te sempre, com amor eterno. 
Faças o que fizeres, se olhares para Mim, se Me procurares de coração arrependido, a minha Paixão enche-se de sentido, porque toda Ela é vivida para te perdoar as tuas faltas.

O amor, a confiança, a esperança transformam-se numa só virtude, num só sentimento, numa só vivência e os olhos rasos de lágrimas choram a alegria do Deus que me ama, que me perdoa, que me salva, que me dá a vida renascida.
Tranquilamente, Ele afasta-se de mim para continuar a sua caminhada de Paixão, mas antes diz-me ao ouvido, cheio de compaixão: É por ti e por todos! 
Por cada um dos que me amam e dos que me rejeitam. 

Vai agora, e proclama com a tua voz, com a tua vida, com todo o teu ser que morro por todos, para que todos se salvem! E lembra-te, e lembra-lhes, que a minha Paixão termina na Ressurreição!

Glória a Ti, Senhor, agora e para sempre, pelos séculos sem fim!

*Lê- se Joaquim....
Joaquim Mexia Alves

sexta-feira, 11 de março de 2016

Reflexão



Hoje, Senhor, vêm ao meu coração todos os meus defeitos, ou pelo menos aqueles que consigo reconhecer com mais facilidade.

E abro-Te o coração!

Sou orgulhoso, vaidoso, inconstante, impaciente, por vezes mentiroso, invejoso, crítico sem procurar ajudar, 
uso da má língua, por vezes, sem me importar do mal que ela faz, procuro muitas vezes mais a minha consolação do que os outros consolar, não dou mais do que me sobra, com medo de que me falte, 

confio em Ti nas coisas fáceis mas nas difíceis por vezes duvido, 
espero em Ti, muitas vezes duvidando do meu esperar, dou testemunho, muitas vezes chamando mais a atenção para mim, do que para Ti a Quem quero testemunhar, 

rezo por vezes rotineiramente e outras vezes nem sequer quero rezar, e sou pecador, Senhor, muito pecador e muitas vezes me deixo pecar.

Abres-me os braços, chamas-me a Ti e dizes-me num imenso sorriso:
E Eu amo-te, meu filho, com amor eterno. Com um amor muito maior do que todos os teus defeitos, do que todas as tuas faltas, do que todos os teus pecados.

Prostro-me diante de Ti e peço-Te:
Ajuda-me e ensina-me, Senhor, a reconhecer sempre o meu pecado, 

a reconhecer sempre como sou pecador.

Mas sobretudo, Senhor, ajuda-me e ensina-me a acreditar inabalavelmente no Teu amor e a confiar constantemente que em cada regresso à casa do Teu perdão, Tu fazes a festa do filho pródigo que a Ti regressa.

Obrigado, Senhor, agora e sempre, obrigado!



Joaquim Mexia Alves

Lealdade! Fidelidade! Honradez!


Lealdade! Fidelidade! Honradez!

No grande e no pequeno, no pouco e no muito. 

Querer lutar, mesmo que às vezes pareça que não conseguimos querer. 

Se chega o momento da debilidade, abri a alma de par em par, e deixai-vos conduzir suavemente: 

hoje subo dois degraus, 

amanhã quatro… 

no dia seguinte, talvez nenhum, porque ficamos sem forças. 

Mas queremos querer. 

Temos pelo menos o desejo de querer. 

Filhos, isso já é combater.

D. Álvaro, Carta, 19-III-1992, n. 31 (“Cartas de família”, vol. III, n. 321).
Do site Spedeus

sábado, 20 de fevereiro de 2016

AS "CRUZES DA VIDA" E A VIDA DA CRUZ...


“Senhor Padre. Sou cristão, mas não me faltam problemas nem perseguições, até pelo simples facto de eu tentar ser coerente com a minha fé. O que é que se está a passar de errado comigo? Pelo facto de sermos cristãos a vida não devia de se tornar mais fácil e mais pacífica?”.

Caríssimo,

Em primeiro lugar, a vida não é fácil para ninguém: é sempre um grande desafio! E isso, em princípio, não tira beleza nenhuma à vida, nem nos pode fazer perder o entusiasmo.

Tu agora és cristão. És parte deste corpo que é a Igreja. E a Igreja, que está intimamente e realmente unida a Cristo (dizemos que é o Corpo Místico de Cristo), só pode esperar para si um destino igual ao destino da Cabeça da qual é Corpo. Por isso, espelhando e refletindo na nossa vida a própria vida de Jesus, a sua entrega, e certamente também alguma coisa da sua Paixão e Morte, está-nos também garantido o dom da sua ressurreição... o dom de uma vida que nada nem ninguém nos pode tirar. 
De facto esta nossa vida é ainda apenas uma sombra do que é verdadeiramente a Vida! 
Para além disso, não nos faltam as ajudadas (as graças) especialmente por meio dos sacramentos, para vivermos realmente a nossa vida em Cristo... ao modo de Jesus.

A nossa vida não é uma sucessão de derrotas e de vitórias... até à derrota final. Nós, pela profunda confiança que temos em Jesus (a confiança é o outro nome da fé), podemos viver e afrontar com fé e esperança, mesmo as dificuldades e cruzes da nossa vida, porque sabemos que, em Jesus, a nossa vida tem Sentido! Jesus libertou-nos da aparente escravidão do mal e do absurdo... libertou-nos de uma vida que desemboca no não-sentido. A nossa vida tem Sentido! Pode haver motivo maior de alegria e de esperança?

E porque é que temos nós esta profunda confiança em Jesus? Porque O vimos com os nossos olhos, tocámo-Lo com as nossas mãos, comemos com Ele, fomos por Ele curados... perdoados... ensinados. Ele abriu-nos os olhos, a inteligência e o coração!

Vimo-Lo fazer milagres incríveis, seguimo-Lo no meio de multidões incontáveis, sedentas de esperança e de amor... ávidas de poder encontrar um sentido para a vida.

Vimo-Lo, finalmente, ser traído... vimos a confiança com que se entregou sem resistência. Vimo-Lo humilhado... açoitado, coroado de espinhos... Vimo-Lo morrer crucificado e praticamente abandonado sobre o Calvário, e ficámos desesperados porque, afinal, parecia que tudo o que Jesus tinha dito e feito não passava de um bluff....

Mas, quando já pensávamos “abandonar o barco”, Ele apareceu-nos VIVO! Glorioso, resplandecente de luz... E não era apenas uma “visão espiritual”, uma energia... um fantasma: chegou mesmo a comer connosco! Deu-nos o dom do seu próprio Espírito, e ouvimo-Lo prometer-nos a mesma vida em cheio que nós víamos n’Ele e que n’Ele era tão evidente!

Depois de tudo isto, percebemos ainda melhor porque é que quando Ele curava alguém, dizia sempre no fim: “a tua fé te salvou!”. É este também o teu caminho. Confia totalmente n’Ele, e fica em paz, porque não te enganarás no caminho...

Pe. Fernando António, SJ
Publicada por Spe Deus

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O céu é testemunha


O homem que aceita caminhar ou não nos mandamentos do Senhor Deus tem como escolha a vida e a felicidade; a morte e a desgraça. 

A escolha que fizermos nos levará a viver a bênção ou a maldição. 

Assim sendo, nós temos o mapa para descobrir o caminho da vida e da felicidade. 

A nossa própria vida se constitui uma prova da veracidade do que a Palavra nos afirma, por isso, somos testemunhas disso: na medida em que caminharmos com Deus e que seguirmos a lei do amor, apesar das dificuldades, nós teremos paz e esperança. 
Do contrário, sofreremos desespero, angústia e aflição. 

A proposta do Senhor para nós é que O amemos e provemos isto, seguindo os Seus caminhos e guardando as Suas leis e os Seus decretos. 
E a recompensa que teremos é uma descendência numerosa e a Sua bênção durante o tempo em que caminhamos aqui na terra. 

Porém, o Senhor também nos adverte: “Não vivereis muito tempo na terra onde ides entrar”, significando isto que a nossa vida aqui na terra é passageira e que o tempo em que nós vivemos é o momento ideal para aceitarmos a Sua proposta. 

A hora é esta! É pegar ou largar! 

O céu é testemunha da Palavra de Deus, e é para lá que caminhamos, portanto não podemos nos isentar nem ficar de fora. 

 - Como está a sua vida, seus sentimentos? 
- Você tem paz ou aflição no coração? 
- O que está lhe faltando? 
– Você tem vivido na bênção ou na maldição? 
- Você, tem certeza que já fez a opção certa?

Um novo caminho

sábado, 6 de fevereiro de 2016

O DESAFIO DO CRISTÃO


Avançar, aventurar-se em “águas mais profundas” é o provocante desafio de Cristo a Pedro, como também a todos os apóstolos e a todos os seguidores de Jesus de ontem e de hoje. 

Pois é justamente lá, nas águas mais profundas, que nadam os peixes graúdos e a pescaria está garantida.

Acreditamos que tal desafio jamais caiu tão oportunamente para nós como neste tempo. 

Pois chegou a hora de levarmos a palavra de Deus também aos lugares mais desafiadores, como parlamentos, universidades e templos do rei dinheiro.

Em outros termos, chegou a hora de evangelizar a política para que favoreça o bem comum; evangelizar a cultura para que promova a dignidade; evangelizar a riqueza para que seja partilhada.

Sabemos que isso, de um lado, pode ser visto como sonho ingênuo. 

De outro lado, pode ser interpretado como gesto temerário: gesto de alguém querendo cutucar o leão com vara curta.

Mas é que, querendo ou não, temos de admitir que não basta mais evangelizar apenas o que já está evangelizado, semear só lá onde a semente já foi jogada, proclamar a palavra de Deus tão somente lá onde ela já é conhecida de cor (o papa Francisco insistentemente nos convoca a ser “Igreja em saída”).

Temos de nos aventurar nas águas mais profundas “nunca dantes navegadas”, onde têm origem os pilares da sociedade: política, cultura e riqueza; fazer que elas percam sua conotação de dominadoras e opressoras dos cidadãos e adquiram o sabor evangélico do serviço, da partilha fraterna e da promoção humana.

Que o desafio a nós lançado por Cristo é difícil ninguém pode negar. 

Bem que ele mesmo poderia abrir uma brecha naquelas portas sempre fechadas, se não fosse o fato de que não costuma arrombar portas: prefere que lhe abram do lado de dentro. 

Quer dizer que cabe a nós criar coragem e desafiar as águas profundas onde a riqueza mora. E fazer que ela adquira um semblante mais humano.

Pe. Virgílio, ssp

sábado, 23 de janeiro de 2016

Estás triste, meu filho?



Nunca desanimes, se és apóstolo. 
– Não há contradição que não possas superar. – Porque estás triste? 

A verdadeira virtude não é triste nem antipática, mas amavelmente alegre.

Se as coisas correm bem, alegremo-nos, bendizendo a Deus que dá o incremento. 
– Correm mal? – Alegremo-nos, bendizendo a Deus que nos fez participar da sua doce Cruz. 
Para dar remédio à tua tristeza, pedes-me um conselho. 
– Vou dar-te uma receita que vem de boa mão – do apóstolo Tiago: 
– "Tristatur aliquis vestrum?" estás triste, meu filho? 
– "Oret!" Faz oração! – Experimenta e verás.

Não estejas triste. 
– Tem uma visão mais... "nossa" 
– mais cristã – das coisas.

"Laetetur cor quaerentium Dominum"
– Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor. 
– Luz, para investigares o motivo da tua tristeza. 

São Josemaría Escrivá

Publicada por Spe Deus