quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Mãe de Deus, Mãe do Príncipe da Paz



«Salve Santa Mãe santa, que destes à luz o Rei do céu e da terra». 

Hoje, oitavo dia depois do Natal e primeiro dia do ano, a Igreja dirige-se com esta antiga saudação à Santíssima Virgem Maria, invocando-a enquanto Mãe de Deus. 

O Filho eterno do Pai tomou n'Ela a nossa carne e tornou-se, através d'Ela «filho de David, filho de Abraão» (Mt 1, 1). 

Maria é, portanto, a verdadeira Mãe, a Theotokos, a Mãe de Deus! 

Se Jesus é a Vida, Maria é a Mãe da Vida. 
Se Jesus é a Esperança, Maria é a Mãe da Esperança. 
Se Jesus é a Paz, Maria é a Mãe da Paz, a Mãe do Príncipe da Paz. 

Entrando no novo ano, pedimos a esta Mãe santa que nos abençoe. 
Peçamos-lhe que nos dê Jesus, a nossa bênção completa, com a qual o Pai abençoou a história de uma vez por todas, fazendo com que se tornasse uma história de salvação. [...] 

O Menino nascido em Belém é a Palavra eterna do Pai feita carne para nossa Salvação: é «Deus connosco» que traz consigo o segredo da verdadeira paz. 
Ele é o Príncipe da Paz (Is 7, 14; 9, 5). [...]

«Salve, Santa Mãe!» [...] 

O Menino que apertas contra o peito tem um nome querido aos povos da religião bíblica: «Jesus», que significa «Deus salva». 
Assim Lhe chamava o arcanjo, antes mesmo de que Ele fosse concebido no teu seio (Lc 2, 21). 

Na face do Messias recém-nascido reconhecemos a face de cada um dos teus filhos ultrajados e explorados. 
Reconhecemos em especial a face das crianças, seja qual for a sua raça, o país ou a cultura a que pertençam. 
Para elas, ó Maria, pelo futuro delas, te pedimos que enterneças os corações endurecidos pelo ódio, a fim de que se abram ao amor e de que a vingança ceda finalmente o lugar ao perdão. 

Ó Mãe, alcança-nos que a verdade desta afirmação – não há paz sem haver justiça e não há justiça sem haver perdão – se imprima no coração de todos. 

A família humana poderá assim reencontrar a paz verdadeira, que nasce do encontro entre a justiça e a misericórdia. Mãe santa, 

Mãe do Príncipe da Paz, ajuda-nos! 
Mãe da humanidade e Rainha da Paz, ora por nós!


São João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005
Homilia de 01/01/02

Oração



Pai Querido
Eu entrego esse último dia do ano e todos os dias de 2016 em Tuas Mãos...

não sei o que me reserva a jornada, mas tenho convicção que o Senhor preparou o melhor.

Abençoa minha vida, minha casa, minha familia, meus amigos, meus caminhos e livra-me de todo mal.

Restaura meu ser, entra na minha vida, na minha casa, renova minha esperança e minha fé e me reveste do Teu amor.

Que a Sua vontade seja feita em minha vida meu Senhor...

A minha vida sem a Tua presença é vazia, preciso muito de Ti hoje e sempre meu Senhor.
Amém!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Lembrando o Natal durante o luto


Natal é um tempo para lembrar as pessoas queridas tanto as daqui, como as do céu.
Depois da perda de uma pessoa querida, as festas natalinas trazem memórias especiais e suaves momentos de tristeza. 

Que o toque curativo de Deus seja cheio de esperança! Que você encontre alegria no dom da memória, paz no abraço dos familiares e amigos e a cura na promessa da vida eterna.
Para você que perdeu uma pessoa querida, as festas natalinas podem ser uma lembrança dolorosa da perda. 
Os primeiros anos são os mais difíceis, mas nos anos seguintes também pode faltar a alegria que você costumava sentir no tempo de Natal.

Listo algumas idéias que podem ajudá-lo a dar novo significado a essas festas:
Seja paciente e realista.
Algumas vezes, grandes expectativas do Natal tornam nossa frustração mais aguda. Temos uma imagem mental de como as coisas deveriam ser. No entanto, nossas expectativas são geralmente baseadas em fantasia.

É difícil ser realista e se concentrar quando se está em luto, mas é uma importante estratégia para a saúde e bem estar. Planeje com antecedência. Faça uma lista e priorize as coisas. Decida o que é importante para você.

Ouça o seu coração e reconheça seus limites. Passe um certo tempo quieto diante da correria do fim de ano, ouvindo seu coração. 
Tome consciência de suas necessidades e expresse-as para os membros da família e amigos, com quem planeja passar as festas. Encoraje outras pessoas a também partilharem seus sentimentos.

Lembre-se de que é compreensível dizer "não." Você não tem a obrigação de aceitar todos os convites. Faça o que for possível e o suficiente. Se a casa for muito grande para ser decorada, decore uma sala, um canto ou uma mesa. 
Não há nada de errado na simplicidade. O luto é difícil também para o corpo e trás stress.

Evite a tentação de buscar compensações nos deleites da culinária desta época.
Adapte as tradições queridas. Não descarte tudo. Conserve as tradições vivas.

Por exemplo, se o fato de não comprar presente para a pessoa querida que partiu lhe causa tristeza, compre um presente simples e dê para alguém que não o receberia um presente. Lembre-se de que é a troca de amor, o dar, que mais importa.

Se você está sozinho, em conseqüência da perda, encontre uma forma de passar as festas com outras pessoas. Pare num asilo. Você encontrará novos laços com essa partilha.

Permita que as lágrimas caiam, mas procure alegria em meio à dor.
Não se prive do presente das lágrimas que curam. Não se surpreenda se elas chegam quando você menos espera.

Neste Natal, experimente recordar os momentos maravilhosos da vida de sua pessoa querida. 
Pense nos presentes que ela tem sido para você: alegria, riso, afeto, companhia. 

Escreva esses dons em tiras de papel e decore a árvore de Natal, coloque-as em um livro de memórias ou numa gaveta. 
Celebre a alegria que ela lhe proporcionou.

Focalize a atenção na dimensão espiritual da festa.Na tradição cristã, o Advento é um tempo de reflexão silenciosa e preparação espiritual. 

Deixe que este tempo de esperançosa antecipação toque seu coração. Nesse tempo de luz, lembre-se da luz que ela trouxe para sua vida. Acenda uma vela especial - celebrando a vida e o amor partilhados.

À medida em que aprende a criar uma nova realidade para você, tempere sua expectativa com compaixão e gentileza. 

Você encontrará a cura, mas se permitir a si mesmo experimentar um leque de emoções no caminho do luto. Que o amor seja a sua lembrança!

Ir. Zuleides Andrade, ascj

Vigília de Natal




A liturgia desta noite fala-nos de um Deus que ama os homens; por isso, não os deixa perdidos e abandonados a percorrer caminhos de sofrimento e de morte, mas envia “um menino” para lhes apresentar uma proposta de vida e de liberdade. Esse menino será “a luz” para o povo que andava nas trevas.


A primeira leitura anuncia a chegada de “um menino”, da descendência de David, dom de Deus ao seu Povo; esse “menino” eliminará a guerra, o ódio, o sofrimento e inaugurará uma era de alegria, de felicidade e de paz sem fim.


O Evangelho apresenta a realização da promessa profética: Jesus, o “menino de Belém”, é o Deus que vem ao encontro dos homens para lhes oferecer – sobretudo aos pobres e marginalizados – a salvação. A proposta que Ele traz não será uma proposta que Deus quer impor pela força; mas será uma proposta que Deus oferece ao homem com ternura e amor.


A segunda leitura lembra-nos as razões pelas quais devemos viver uma vida cristã autêntica e comprometida: porque Deus nos ama verdadeiramente; porque este mundo não é a nossa morada permanente e os valores deste mundo são passageiros; porque, comprometidos e identificados com Cristo, devemos realizar as obras d’Ele.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Sem mim nada podeis fazer

Alguém me enviou por e-mail uma parábola interessante sobre o jumentinho que Jesus usou para entrar em Jerusalém. Dizia assim:



“Um jumentinho voltando para sua casa todo contente, falou para sua mãe:

– Fui a uma cidade e quando lá cheguei fui aplaudido, a multidão gritava alegre, estendia seus mantos pelo chão… Todos estavam contentes com minha presença.
Sua mãe perguntou se ele estava só e o burrinho disse:

– Não, estava levando um homem com o nome de Jesus.

Então sua mãe falou:

– Filho, volte a essa cidade, mas agora sozinho.

Então o burrinho respondeu:

– Quando eu tiver uma oportunidade, voltarei lá…

Quando retornou a essa cidade sozinho, todos que passavam por ele fizeram o inverso, o maltratavam, o xingavam e até mesmo batiam nele.

Voltando para sua casa, disse para sua mãe:

– Estou triste, pois nada aconteceu comigo. Nem palmas, nem mantos, nem honra… Só apanhei, fui xingado e maltratado. Eles não me reconheceram, mamãe…

Indignado o burrinho disse a sua mãe:

– Porque isso aconteceu comigo?

Sua mãe respondeu:

– Meu filho querido, você sem JESUS é só um jumentinh …

Lembre-se sempre disso”.

Nós sozinhos somos apenas um jumentinho; um ser humano sem a graça de Deus e sem a Sua força sobrenatural. Somos pobres, fracos, impotentes…

Jesus disse que Ele é a videira verdadeira e que nós somos os seus ramos; e que se o ramo se desprender Dele, vai secar e morrer. E acrescentou: “Sem Mim nada podeis fazer”(João 15, 5s).

É porque nos esquecemos dessa palavra de Jesus que tantas vezes fracassamos em nossas lutas, projetos, empreendimentos, evangelização, educação dos filhos, trabalho profissional e religioso, etc. Nos esquecemos que se Jesus não estiver conosco, pela fé e pela oração, seremos um pouco parecidos com o jumentinho de Jerusalém.

Quando nós falamos as palavras de Jesus, atraímos as pessoas; quando “carregamos’ Jesus as pessoas nos ouvem; mas, quando estamos só, vazios, sem “carregar” Jesus, o povo olha para nós e vê a nossa feiura e impotência. E pode nos desprezar.

Não podemos fazer nada nesta vida sem “carregar” Jesus.

Mas carregar Jesus é estar ciente de que os aplausos são para Ele e não para nós.

É estar cientes de que Ele não precisa de nós, mas quer nos usar para nos dar dignidade e grandeza.

Carregar Jesus é estar ciente de que depois que o ajudamos a cumpriu a Sua missão salvífica, voltamos a ser apenas um “jumentinho”, muito feliz e honrado, mas como os outros. São Paulo diz que somos “vasos de barro” para que a gente esteja ciente de que todo poder que se manifesta em nós vem Dele e não de nós (cf. 2Cor 4,7 ).

Não faça nada sem “carregar” Jesus. Não comece o dia sem Jesus. Não corrija seu filho, sua esposa, seu empregado ou seu patrão, sem pedir a luz a Jesus; senão as suas palavras poderão ser inconvenientes e ineficazes.

Não comece um empreendimento sem colocá-lo nas mãos de Jesus e pedir sua graça, sua proteção, sua luz.

Não eduque sua família sem a luz de Jesus, senão ela caminhará nas trevas do mundo.

Não faça o seu trabalho pastoral acreditando apenas em você, nos “seus” planos bem traçados; pode ser que você se decepcione e desanime de tudo como muitos.

Não se esqueça, sem Jesus, o jumentinho de Jerusalém é apenas um jumentinho.

Jesus mandou pedir, pedir e pedir. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscais e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo aquele que pede recebe; aquele que procura acha; ao que bater se lhe abrirá” 
(Lucas 11,9-11).

Acreditamos nisso, ou desistimos de pedir? Santo Agostinho se converteu e foi um dos santos mais importantes da Igreja; porque sua mãe derramou sua lágrimas diante do Santíssimo, sem desistir e sem desanimar, durante vinte anos. E nós?

Prof. Felipe Aquino

sábado, 5 de dezembro de 2015

PREPARAÇÃO PARA O NATAL

Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “preparação para o Natal”.

Gostaria de falar sobre o presépio.
O costume de fazer o presépio é muito antigo, remonta ao século XIII e tem sua origem com São Francisco de Assis. 
A partir desse santo, tal costume começou a se espalhar por todos os lares cristãos e a ajudá-los na preparação do Natal.
Que diferença faz a presença do presépio numa casa nos dias que antecedem o Natal! Ele é de uma riqueza inimaginável!
De fato, todo presépio

- inspira devoção;
- encanta os nossos olhos;
- enche o lar de simplicidade;
- passa a ser o centro do lar, afogando todas as preocupações materiais;
- transmite paz;
- transmite uma luz inexplicável.

A cena do presépio é a mais humana que se possa imaginar. Na gruta de Belém tudo é encantador, tudo é apresentado sob a forma mais singela. 

O Menino Jesus é uma criancinha, frágil como as criancinhas recém-nascidas... 
Uma criancinha que precisa do auxílio das criaturas, que tem frio e fome, apesar de ser o Rei do Céu e da Terra. 

Esse pensamento, despertado pela visão do presépio, faz nascer em nós uma estranha sensação de ternura, de amor e de perplexidade, como jamais se sente em qualquer outra circunstância.

“Nossa Senhora, São José, os Reis Magos, os pastores... Nós os contemplamos em cada Natal com a mesma emoção; revemos aquelas imagens com a mesma alegria com que revemos os entes que nos são mais queridos. 

Em cada Natal gostamos mais do nosso presépio. E os sentimentos familiares se entrelaçam com a ideia sublime daquela cena sublime.
Nunca um presépio é monótono. Jamais, contemplando-o, a vaidade, o orgulho, a inveja e todas as misérias humanas surgem à tona do nosso pensamento. 

"Tão incomensuravelmente bela é essa cena que a sua simples representação, por mais ingênua e singela que seja, esplende em nossa alma com um fulgor maravilhoso e uma ternura que não é deste mundo” (O Natal, Isabel de Almeida Serrano).
Que pena que esse costume vem se perdendo com o tempo! 
Que pena que, como fazia notar uma pessoa outro dia, quase já não há nenhum símbolo cristão nas decorações natalinas.
Que bom seria se retomássemos esse costume do presépio!
Que bom seria se enchêssemos o nosso Natal de significado montando a cada ano, independentemente da nossa idade, um belo presépio em nossa casa! 

Que essa seja uma tarefa familiar, na qual, quem sabe, cada membro da família se sinta envolvido. Fazer isso já será o início do Natal, do espírito de amor, de união, de fraternidade que envolve essa data.

Uma vez terminado o presépio, façamos o seguinte:
- passemos várias vezes por dia, se possível, diante dele para dar uma breve olhada e digamos a Jesus, fomentando a expectativa da Sua vinda: “Vem Senhor Jesus, vem nos salvar! Vem senhor Jesus, não tardes!”
- paremos com um pouco mais de calma para rezar diante dele. Um santo recomendava que sentássemos diante do presépio e ficássemos ali uns minutos meditando nas lições que podemos tirar daquela cena: lição de humildade, de pobreza, de simplicidade, de amor etc.
Que Deus vos abençoe nesta semana neste caminhar, cheio de expectativa, em direção ao Natal!



Pe. Paulo M. Ramalho é Sacerdote ordenado em 1993. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce; Capelão do IICS (Instituto Internacional de Ciências Sociais).
Site: www.fecomvirtudes.com.br
Publicado no Portal da Família em 14/12/2013

domingo, 15 de novembro de 2015

Pelos que sofrem



Senhor, hoje minha oração é de pedido. Por aqueles que não têm casa, comida, trabalho, dignidade. Pelos que sofrem com doenças e dores. Pelos que sofrem com as drogas e vícios. Pelos que sofrem com a maldade do próximo.

Peço também, Senhor, que olhe por aqueles pequeninos, que hoje estão sendo abortados.

Peço pelas crianças que crescem sem amor, pelos jovens deprimidos, pelos adultos que perderam a razão de viver.

Olhe, Senhor também por aquelas famílias inteiras que perderam tudo em desastres - naturais ou não, e que sofrem pelas perdas materiais e afetivas.

Olhe, Senhor principalmente por aqueles que ainda não Te conhecem, e que precisam Te conhecer.


Amém!

sábado, 14 de novembro de 2015

Orar sempre, sem desfalecer


Feliz o homem que conhece a própria fraqueza.

Porque esse conhecimento é nele o fundamento, a raiz, o princípio de toda a bondade. [...] 

Quando um homem se sente desprovido de socorro divino, reza muito. E, quanto mais reza, mais o seu coração se torna humilde. [...] 

Tendo compreendido realmente isto, guarda a oração na sua alma como um tesouro. E, sendo a sua alegria tão grande, faz da oração uma ação de graças. [...] 

Assim, guiado por este conhecimento e admirando a graça de Deus, eleva a voz e louva-O e glorifica-O, exprime a sua gratidão, nos píncaros do seu maravilhamento.


Aquele que conseguiu, verdadeiramente e não em imaginação, alcançar tais sinais e conhecer tal experiência, sabe do que estou a falar e que nada pode impedir isso. 
Mas que ele cesse de então em diante de desejar coisas vãs. 
Persevere em Deus, através da oração contínua, no temor de ser privado da abundância do socorro divino.


Todos estes bens são dados ao homem quando este reconhece a sua fraqueza. 

No seu grande anseio pelo socorro divino, aproxima-se de Deus, permanecendo em oração. E, quanto mais se aproxima de Deus com esta determinação, mais Deus o aproxima dos Seus dons e não lhe retira a Sua graça, devido à sua grande humildade. 

Pois tal homem é como a viúva que não cessa de pedir ao juiz que lhe faça justiça contra o seu adversário. 
Deus compassivo retém a Suas graças para que essa reserva incite o homem, que tanta precisão tem d'Ele, a aproximar-se d'Ele e a e a permanecer junto d'Aquele que é a fonte do seu bem.


Isaac, o Sírio (sec. VII), monge perto de Mossul, santo das igrejas ortodoxas
Discursos ascéticos, 1ª série, §21

Viver na Sabedoria do Espírito Santo


Na Igreja existe, e é muito comum, um espírito contrário à sabedoria de Deus: o espírito da curiosidade.

Esta tentação nos acomete quando queremos nos apropriar dos projetos de Deus, do futuro, das coisas; quando queremos conhecer tudo e tomar conta de tudo.


A curiosidade afasta-nos do Espírito da sabedoria, porque leva em conta apenas os detalhes, as notícias, as pequenas novidades de todos os dias. O espírito da curiosidade não é um bom espírito: dispersa, afasta de Deus, faz falar demais...


O espírito da curiosidade é mundano e provoca confusão. (...) Os verdadeiros cristãos e cristãs que vivem na sabedoria do Espírito Santo. Esta é a sabedoria que nos guia com espírito inteligente, santo, único, múltiplo e subtil.


O espírito de Deus ajuda-nos a discernir, a tomar decisões segundo o coração de Deus. Este espírito de amor e fraternidade nos dá paz, sempre! A santidade é exatamente isso. O que Deus pede a Abraão: ‘Caminha na minha presença e sê irrepreensível’. 

Prosseguir sob o impulso do Espírito de Deus e desta sabedoria. 

Os homens e mulheres que caminham assim são sábios, porque procedem sob a moção da paciência de Deus.

Papa Francisco

domingo, 8 de novembro de 2015

Quando Deus quiser..., como Deus quiser..., onde Deus quiser


A certeza da fé, unida à esperança e à caridade, tem a capacidade de desfazer o véu de tristeza e medo com que por vezes se encara o passo final da existência terrena. 

Mais ainda, com fé - como a partida dos santos desta Terra mostra com particular clareza - é possível acolher a morte em paz, porque se vai ao encontro do Senhor. 

Não tenhas medo da morte. 
- Aceita-a, desde agora, generosamente..., quando Deus quiser..., como Deus quiser..., onde Deus quiser. 

- Não duvides, virá no tempo, no lugar e do modo que mais convier..., enviada pelo teu Pai-Deus. Bem-vinda seja a nossa irmã, a morte! [8]
Estas reflexões são tradicionais na doutrina e na atuação cristã. Não pressupõem nada de negativo, nem pretendem fomentar inquietações irracionais, mas sim um santo temor filial, cheio de confiança em Deus. 
Encerram um realismo sobrenatural e humano, com sinais claros de que a sabedoria cristã, a partir da fé, dá tranquilidade e confiança à alma.
O nosso Padre ensinou-nos a tirar consequências práticas da meditação sobre este momento e, em geral, sobre as últimas realidades. 
Não consideremos pois friamente estas coisas, pregava numa ocasião para um grupo de filhos seus, ainda novos. 
Eu não quero que nenhum de vós morra. 

Guarda-os, Senhor, não os leves ainda pois são jovens, e aqui em baixo tens poucos instrumentos! Espero que o Senhor me ouça... 

Mas a morte pode vir a qualquer momento [9]. 
E concluía: que consciência tão objetiva nos traz a consideração da morte! 

Que bom remédio para dominar as rebeliões da vontade e a soberba da inteligência! 
Ama-a, e diz ao Senhor, com confiança: como Tu quiseres, quando Tu quiseres, onde Tu quiseres [10].
Naturalmente que a realidade da morte se torna mais dura quando se trata das pessoas mais queridas: pais, filhos, esposos, irmãos... 
Mas com a graça de Deus, à luz da Ressurreição do Senhor, que não abandona nenhum daqueles que o Pai Lhe confiou, nós podemos privar a morte do seu «aguilhão», como dizia o apóstolo Paulo 
(1 Cor 15, 55), podemos impedir que ela envenene a nossa vida, que torne vãos os nossos afetos, que nos leve a cair no vazio mais obscuro [11].
 Nada mais certo do que isto: o Senhor nos quer­ ao Seu lado para desfrutarmos da Sua santa visão e presença. 
Fomentamos diariamente esta esperança? 
Rezamos com amor, como o nosso Padre, o vultum tuum, Dómine, requíram [12],
procuro, Senhor, o Teu rosto?

Estes momentos, que são acompanhados pela dor, podem ser - se a fé tem raízes profundas na família cristã, e de fato assim acontece muitas vezes - ocasião para reforçar os laços que unem entre si os diversos membros. 

Nesta fé, podemos consolar-nos uns aos outros, conscientes de que o Senhor venceu a morte de uma vez para sempre. 
Os nossos entes queridos não desapareceram nas trevas do nada: a esperança nos assegura­ que eles estão nas mãos bondosas e vigorosas de Deus. 

O amor é mais forte do que a morte. Por isso, o caminho consiste em fazer aumentar o amor, em torná-lo mais sólido, e o amor preservar-nos-á até ao dia em que todas as lágrimas serão enxugadas, quando já não haverá morte, nem luto, nem pranto, nem dor (Ap 21, 4) [13].
Esta visão cristã oferece o verdadeiro antídoto para o temor que nos costuma assaltar ao comprovarmos a caducidade da existência terrena. 
Ao mesmo tempo, como já referi, nada mais natural que a morte dos entes queridos nos doa, e que choremos a sua partida. 
Também Jesus chorou pela morte de Lázaro, o amigo tão querido, antes de o ressuscitar. 

Mas sem exagerarmos, porque para um cristão coerente, morrer é ir para a festa. 
Assim se exprimia S. Josemaria, que comentava uma vez: quando nos disserem: ecce spónsus venit, exíte óbviam ei (Mt 25, 6) - sai, porque vem o esposo, porque vem Ele buscar-te - pediremos a intercessão de Nossa Senhora. 

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora... e verás, na hora da morte! 
Que sorriso terás na hora da morte! Não haverá um gesto de medo, porque estarão os braços de Maria para te acolher [14].

http://spedeus.blogspot.com.br/search?updated-max=2015-11-08T00:00:00Z

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Oração para pedir a Deus a luz do entendimento



Iluminai-me, interiormente, oh, bom Jesus! 
Fazei brilhar vossa luz em meu coração e dissipai todas as trevas que o escurecem. 
Refreai as divagações de meu espírito e quebrantai as tentações violentas que me combatem.

Pelejai fortemente por mim, e afugentai essas feras péssimas, esses apetites que nos lisonjeiam para perder-nos, a fim de que a minha alma consiga a paz pelo vosso esforço, e venha a ser um templo puro, onde se entoam à vossa glória perenes louvores.

Mandai aos ventos e às tempestades; dizei ao mar: “Sossega-te; ao vento: não sopres; e haverá grande bonança” (Mc 4,39).

Enviai vossa luz e vossa verdade para que resplandeçam em minha alma, porque sou uma terra estéril e tenebrosa até que vós me ilumineis.

O dom do Entendimento ou Inteligência

Derramai sobre mim as graças do céu; regai meu coração com orvalho celestial; chovam sobre esta terra árida as fecundas águas da piedade, para que produza frutos bons e saudáveis.

Levantai-nos o ânimo oprimido com o peso dos pecados; transportai todos os maus desejos ao céu, para que, gostando a doçura dos bens eternos não possa em desgosto pensar nas coisas da terra.

Arrebatai-me, desprendei-me das fugitivas consolações das criaturas, porque nenhuma coisa criada pode aquietar e satisfazer plenamente meu coração.

Uni-me a vós pelo vínculo indissolúvel do vosso amor: porque vós só bastais a quem vos ama, e sem vós tudo é sombra e fumo.

Trecho retirado do livro: Imitação de Cristo
http://cleofas.com.br/

Reconciliação com a irmã morte


“Na celebração do Dia de Finados temos uma oportunidade de refletir sobre o viver, o morrer e o sobreviver.

A morte como experiência. 
Desde a fecundação já estamos caminhando para a morte. Cada minuto é um instante pleno de vida e também caminho para a morte. Morrer é uma dimensão natural da vida, é um fenômeno universal. Só não morrem as flores de plástico”. (Dom Orlando)

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Em novembro, lembramos, com saudade e esperança, os que partiram antes de nós, para o grande e eterno abraço do Pai. Pessoas queridas, familiares... pessoas que, junto de Deus, continuam a nos amar e a cuidar de nós. Diante da “morte”, que é para todos, pensamos mais na vida. (Ir. Zuleides)



Na celebração do Dia de Finados temos uma oportunidade de refletir sobre o viver, o morrer e o sobreviver.

1. A morte como experiência. Desde a fecundação já estamos caminhando para a morte. Cada minuto é um instante pleno de vida e também caminho para a morte. Morrer é uma dimensão natural da vida, é um fenômeno universal. Só não morrem as flores de plástico. Viver fazendo o bem é o caminho certo para se morrer bem. Portanto, a morte é uma experiência inevitável. Só temos uma saída: reconciliarmos com nossa natureza mortal e viver com alegria, com menos medo emais realismo.

2. A morte como páscoa. Sabemos que páscoa quer dizer passagem. Assim, a irmã morte é uma passagem, uma condição, uma porta, um parto para a vida plena, feliz, gloriosa. Então, o fim é também um início. A vida não é tirada, é transformada. Isto significa que a vida não é só biologia, não é só corporeidade.

3. A morte como epifania. A palavra epifania significa manifestação, aparição, presença. A hora da morte é luminosa, porque é um encontro face a face com Aquele que nos ama e nos espera de braços abertos.É a epifania de Deus. É também manifestação da felicidade, da luz, da paz e encontro com todos os redimidos. Portanto, é epifania da vida divina, da compreensão dos mistérios da fé, de toda a nossa existência, nossas obras, nossas histórias, nossa missão.

4. A morte como purificação. Por ser uma experiência de plenitude e liberdade, na morte temos oportunidade para a opção final, a conversão, o arrependimento, o perdão. Deus quer que o pecador se converta e viva. Em cada Ave Maria pedimos a intercessão da mãe de Deus na hora da morte. O último momento pode mudar tudo. Morrer é a última esperança e hora de nossa glorificação. A possibilidade de salvação é infinita.

5. A morte como momento totalizador. Nosso corpo mortal, ressuscita incorruptível, glorioso, espiritualizado. Livres do corpo, do espaço e do tempo, temos plena posse do passado, do presente e do futuro. Tudo é claridade, síntese, posse da vida. É uma ato supremo, com plena consciência de nós mesmos diante da luz do amor misericordioso do Pai. Chegamos na pátria definitiva, estamos em casa, na claridade, na plenitude, na visão, é hora de decisão definitiva, hora da graça final.

6. A morte como encontro. Sim, encontro com a Santíssima Trindade, com Maria, com os anjos, com os santos, com os redimidos, conosco mesmos. Encontro com todas as criaturas redimidas. É a festa do céu que nunca se acaba. São as núpcias do Cordeiro. É a posse do reino, onde os justos brilharão como estrelas.

7. A morte como escola. A certeza da norte é uma escola que nos ensina a estarmos sempre preparados, sóbrios, vigilantes. Aprendemos a livrar-nos das ilusões, enganos, pecados e a sermos alegres na esperança, perseverantes na oração, fortes nas provações, pacientes na tribulação. Aprendendo a viver bem, aprendemos a morrer bem.

Nascemos para ressuscitar. Fomos criados para participar da vida plena, feliz, luminosa de Deus. Construímos nosso céu com as boas obras que fazemos com amor. Por isso seremos coroados na eternidade como atesta o Apóstolo Paulo. Reinaremos com Jesus, Eis a esperança da glória. Corações ao alto.

Vinde benditos, diz Jesus, tomai posse do reino, da festa do Cordeiro, entrai na mansão, na casa do Pai, participai da comunhão dos santos. A morte já foi vencida. Nosso corpo será glorioso, incorruptível, espiritual, iluminado.

Reafirmemos nossa fé rezando: 

“Creio na ressurreição da carne, creio na vida eterna”. Deus nos espera de braços abertos. Seremos envolvidos na sua luz beatífica. Olho algum viu, ouvido algum ouviu, coração algum sentiu o que Deus preparou para os que o amam. Viveremos na felicidade, na luz e na paz e veremos Jesus, tal qual Ele é. 
Eis nossa súplica: transformai Senhor nosso pranto em festa, nossa saudade em esperança, nossa solidão em comunhão, nossas perguntas em certezas. 
Ao Senhor seja dada toda a glória, louvor, honra, sabedoria, ação de graças, para sempre. Amém.


D. Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A oculta maravilha da vida interior


Até agora não tinhas compreendido a mensagem que nós, os cristãos, trazemos aos outros homens: a oculta maravilha da vida interior. 

Que mundo novo lhes estás pondo diante dos olhos!

Quantas coisas novas descobriste! No entanto, às vezes és um ingênuo, e pensas que já viste tudo, que já sabes tudo... 
Depois, tocas com as tuas mãos a riqueza única e insondável dos tesouros do Senhor, que sempre te mostrará "coisas novas" se tu responderes com amor e delicadeza; e então compreendes que estás no princípio do caminho, porque a santidade consiste na identificação com Deus, com este nosso Deus, que é infinito, inesgotável!

Deixemos de enganar-nos: Deus não é uma sombra, um ser longínquo, que nos cria e depois nos abandona; não é um amo que vai e depois não volta. 

Ainda que não o percebamos com os nossos sentidos, a sua existência é muito mais verdadeira que a de todas as realidades que tocamos e vemos.

Deus está aqui connosco, presente, vivo! Vê-nos, ouve-nos, dirige-nos, e contempla as nossas menores ações, as nossas intenções mais ocultas.

Acreditamos nisto... mas vivemos como se Deus não existisse! 

Porque não temos para Ele um pensamento sequer, nem uma palavra; 
porque não Lhe obedecemos, nem procuramos dominar as nossas paixões; 
porque não Lhe manifestamos amor, nem O desagravamos...

Havemos de continuar a viver com uma fé morta?

São Josemaría Escrivá

domingo, 11 de outubro de 2015

Consagração a Nossa Senhora Aparecida


Ó Maria Santíssima, que em vossa querida imagem de Aparecida espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil, eu, cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés consagro-vos meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis.

Consagro-vos minha língua, para que sempre vos louve e propague vossa devoção.Consagro-vos meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas.

Recebei-me, ó Rainha incomparável, no ditoso número de vossos filhos e filhas.

Acolhei-me debaixo de vossa proteção. 
Socorrei-me em todas as minhas necessidades espirituais e temporais e, sobretudo, na hora de minha morte. 
Abençoai-me, ó Mãe Celestial, e com vossa poderosa intercessão fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda a eternidade.

Assim seja!

sábado, 3 de outubro de 2015

ENCONTRAR A ALEGRIA


Jesus revela-nos o amor de Deus para que a sua alegria seja a nossa e para que a nossa alegria seja completa. 

A alegria é a experiência de saber que somos amados incondicionalmente e que nada - doenças, falhanços, quebras emocionais, opressão, guerras ou mesmo a morte - pode privar-nos desse amor.

(...)

É frequente descobrirmos a alegria no meio da tristeza. 

Eu recordo os tempos mais tristes da minha vida como sendo oportunidades em que tomei maior consciência de alguma realidade espiritual muito maior que eu próprio, uma realidade que me permitiu viver a dor com esperança. 
Atrevo-me mesmo a dizer: 

«A minha angústia foi precisamente o lugar onde encontrei a alegria». 

Seja como for, nada acontece automaticamente na vida espiritual. 

A alegria não é algo que acontece assim sem mais nem menos. Temos de escolher a alegria e continuar a escolhê-la todos os dias. 

É uma escolha baseada no conhecimento de que encontramos em Deus o nosso refúgio e segurança e de que nada, nem sequer a morte, nos pode separar de Deus.» 

Henri Nouwen

O PESO DO JULGAMENTO


Imaginemos que não temos nenhuma necessidade de julgar ninguém.
Imaginemos que não temos nenhuma vontade de decidir se alguém é boa ou má pessoa. 
Imaginemos que somos completamente livres de sentir e ajuizar sobre o tipo de comportamento, seja de quem for. 
Imaginemos-nos com a capacidade para dizer: «Não vou julgar ninguém!»

Imaginemos - não seria isto uma autêntica liberdade interior? 
Os Padres do deserto do século IV diziam: «Julgar os outros é um fardo pesado.» 

Eu tive alguns momentos na vida em que me senti livre da necessidade de fazer qualquer juízo de valor acerca dos outros. Senti que me tinha sido tirado um peso dos ombros. 

Nesses momentos, experimentei um amor imenso por todos os que encontrei, por todos aqueles de quem ouvi algumas coisas e, sobretudo, por aqueles dos quais li algumas coisas. 

Uma solidariedade profunda com todos os povos e um profundo desejo de os amar desceram as paredes do meu íntimo e tornaram o meu coração grande como o universo.

Um desses momentos ocorreu depois duma passagem de sete meses por um mosteiro de Trapistas. Vivia tão inundado da bondade de Deus que via essa bondade onde quer que fosse, mesmo atrás das fachadas de violência, destruição e crime. 
Tive que me coibir de abraçar as mulheres e homens que me venderam gêneros alimentícios, flores e um fato novo. 
É que todos me pareciam santos!

Todos podemos desfrutar destes momentos se estivermos atentos ao movimento do Espírito de Deus dentro de nós. 
São como amostras do céu, de beleza e de paz. 

É fácil descartar estes momentos como produto dos nosso sonhos ou da nossa imaginação poética. Mas, quando optamos por pedi-los como uma forma de Deus nos dar umas pancadinhas no ombro e de nos mostrar a verdade mais profunda da existência, gradualmente somos capazes de ultrapassar a necessidade de julgar os outros e a inclinação para ajuizar acerca de tudo e de todos. 
Então, poderemos crescer rumo a uma verdadeira liberdade interior e a uma verdadeira santidade.

Mas, só poderemos pôr de lado o fardo pesado de julgar os outros quando não nos importamos de suportar o ligeiro peso de ser julgados!

Henri Nouwen

SOBRE O SOFRIMENTO

Uma história de S. Francisco de Sales contada por François Varillon, s.j. :



"Um cirurgião vê-se obrigado a operar a sua própria filha. Em geral, os médicos não gostam de operar as pessoas da sua família, como os obstetras também não gostam de cuidar do parto de suas mulheres.

Naquele tempo não havia calmantes nem anestesias. O cirurgião teve de cortar com o bisturi a carne da filha, a quem seguravam os braços e as pernas. Ela grita. Mas de repente os seus olhos encontram os olhos do pai, e vê que nesses olhos só há amor.

S. Francisco de Sales acrescenta: a filha já não pode desprender os olhos de seu pai: e enquanto assim fizer, suporta a situação. Não diz que ela deixa de sofrer. 

O sofrimento é sempre sofrimento. Mas basta-lhe ver toda a ternura, todo o amor que há nos olhos do Pai, para poder aguentar."

(François Varillon s.j. , em "Viver o Evangelho")

terça-feira, 29 de setembro de 2015

VENHA O TEU ANJO



Venha o teu Anjo tocar o peso da nossa vida
e descobrir neste cerco o que ainda não vemos:
a beleza completamente acesa

Venha o teu Anjo dizer-nos que é possível
uma existência respirar iluminada
por aquilo que espera

Venha o teu Anjo convencer-nos
que é da esperança que nos vem o fogo,
e que em cada um dos nossos instantes
o eterno pode habitar

Venha o teu Anjo aproximar em nós
o barro da estrela
o coração adiado da sua órbita viva
o meu pão do pão de todos
a alegria voltada para fora
da alegria voltada para dentro

José Tolentino Mendonça

AQUELE QUE VIVE NO AMOR



Aquele que vive no amor,
mesmo tendo poucas coisas,
vive na abundância.

Amado, é livre.
Por isso, não teme.
E, não temendo, não precisa de acumular coisas,
nem de fingir ser o que não é,
nem de recear o amanhã.
Não se incha, querendo ser o que não é.
Não se diminui, deixando de ser o que é.
Esvaziado de «coisas incertas», vive de graça.
Na verdade, vive a graça.

Pe. José Frazão Correia

Oração para a noite



Meu Deus,
neste início da noite,
rogo-Vos por todos aqueles que estão na prisão,
por todos os idosos,
por todos aqueles que estão sós, doentes, abandonados,
por todos aqueles que não aguentam mais,
por todos aqueles que estão desesperados,
por todos aqueles que esta noite vão pecar.

Eterno Pai que nos criastes,
Filho, Redentor do mundo que nos remistes,
Espírito de Amor que nos santificais,
tende piedade de nós.

E vós, Maria Imaculada,
Mãe do Redentor,
Suplicante poderosíssima,
Refúgio dos pecadores,
Consoladora dos aflitos,
Auxílio dos cristãos,
Mãe do Belo Amor,
rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda,
disponde-nos a receber favoravelmente a graça de Deus.

domingo, 20 de setembro de 2015

Envergonhar-se perante Deus é uma graça


É verdade que nenhum de nós matou ninguém, mas tantas pequenas coisas, tantos pecados quotidianos, de todos os dias... E quando pensamos: 

‘Mas que coisa, que coração pequenino: eu fiz isto ao Senhor!’ E envergonhar-se! 

Envergonhar-se perante Deus e esta vergonha é uma graça: é a graça de ser pecador. ‘Eu sou pecador e envergonho-me perante Deus e peço perdão.’ É simples, mas é tão difícil dizer: 
Eu pequei.
(...)

O homem e a mulher misericordiosos têm um coração largo: sempre desculpam os outros e pensam nos seus pecados. Viste o que aquele fez? Mas eu já tenho que chegue com o que fiz e não me meto nisso. 
Este é o caminho da misericórdia que devemos ter. 
Mas se todos nós, todos os povos, as pessoas, as famílias, os bairros, tivessem esta atitude, quanta paz existiria no mundo, quanta paz nos nossos corações! 

Porque a misericórdia leva-nos à paz. Recordai-vos sempre: Quem sou eu para julgar? Envergonhar-se e alargar o coração. Que o Senhor nos dê esta graça.


Papa Francisco - Excertos homilia de 17.03.2014 na Casa de Santa Marta

sábado, 5 de setembro de 2015

“Um mundo sem Cruz seria um mundo sem esperança”



A Cruz fala a todos os que sofrem – oprimidos, doentes, pobres, marginalizados, vítimas da violência - e assegura-lhes a esperança de que Deus pode transformar o seu sofrimento em alegria, o isolamento em comunhão, a morte em vida. A Cruz oferece uma esperança ilimitada ao nosso mundo decaído. É por isso que o mundo precisa da Cruz.


A Cruz não é um símbolo privado de devoção, não é um distintivo de sócio de um grupo qualquer. No seu significado mais profundo, não tem nada que ver com a imposição pela força de um credo ou de uma filosofia.


A Cruz fala de esperança, fala de amor, fala da vitória da não violência sobre a opressão; fala de Deus que eleva os humildes, dá força aos impotentes, faz superar as divisões, vencer o ódio com o amor.


Um mundo sem Cruz seria um mundo sem esperança, um mundo em que a tortura e a brutalidade permaneceriam desenfreados, o fraco seria explorado e a avidez teria a última palavra. A desumanidade do homem em relação ao homem manifestar-se-ia de modo ainda mais horrendo e não teria fim o círculo vicioso da violência. Só a Cruz põe um termo a tudo isso.


(Bento XVI na homilia da Missa celebrada em Nicósia em 05.06.2012)

Publicada por SpeDeus

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A viagem da esperança


Senhor,
morres na praia,
na indiferença dos homens,
que têm o amor na boca,
mas não lhes chega,
ao coração.

Senhor,
morres ali,
naquelas ondas do mar,
onde nos enviaste a pescar,
o próximo,
nosso irmão.

Senhor,
morres na cruz,
do egoísmo da humanidade,
a cruz de cada pessoa,
quer Te conheça,
ou não,
como o Cristo,
Jesus.

Senhor,
abres o teu Coração,
a cada um,
dos que morrem sem sentido,
na viagem da mudança,
que se faz eterna esperança
na tua Ressurreição.


Joaquim Mexia Alves
http:/spedeus.blogspot.com.br

A Palavra de Deus em oito passos


O mês de setembro é dedicado à Palavra de Deus. Já fizemos grandes progressos em relação à Palavra, mas, o analfabetismo bíblico ainda é grande entre nós. Tudo foi escrito para que tenhamos esperança e consolação.
É preciso, pois, pegar o livro, comê-lo, ruminá-lo. Lembremos o que dizia Paulo Apóstolo: eu sofro e faço tudo pelo Evangelho, por isso estou na cadeia como um malfeitor. Lembrava, porém, que a Palavra de Deus não se deixa acorrentar.

Nossa experiência com a Palavra tem oito passos. Antes de sermos anunciadores precisamos ouvir, compreender, internalizar e praticar a Palavra. Para que se respeite esta “lógica da experiência” com as Sagradas Escrituras vejamos os oito passos a serem percorridos e vividos.

Primeiro passo: “ouvintes da Palavra”. Ouvir com o coração. Para ouvir é preciso silenciar, dar tempo, acolher a Deus que fala e se comunica na Palavra. Ouvir não é apenas dar ouvidos, mas, deixar a Palavra ressoar, ecoar, transpassar o coração.

Segundo passo: “amigos da Palavra”. Deus fala conosco como os amigos. A Bíblia é uma carta de amor, de amizade, de aliança. Para os amigos nós dedicamos tempo e fazemos de tudo para manter amizade. Quem é amigo da Palavra irá frequentá-la sempre e vibrar de alegria, por este encontro de amizade.

Terceiro passo: “familiares da Palavra”. Ter familiaridade com as Escrituras consiste em tê-las nas mãos, no coração e na missão. A Palavra nos regenera, recria e refaz. Quanto mais lemos, meditamos, estudamos tanto mais nos familiarizamos com a Bíblia. Somos consortes da Palavra.

Quarto passo: “praticantes da Palavra”. Nossos gestos e ações falam mais que nossas pregações. Jesus chama de feliz quem ouve a Palavra e a pratica. Ainda mais, por em prática o que ouvimos e pregamos equivale a construir nossa casa sobre a rocha. Não podemos ter um discurso espiritual e uma vida carnal.

Quinto passo: “discípulos da Palavra”. Neste estágio a Palavra se faz carne em nós. Ele está sempre no princípio de tudo. No princípio do dia, no principio das reuniões, da catequese, da celebração dos sacramentos. Assim, acontece a animação bíblica de toda a vida e pastoral da Igreja.

Sexto passo: “servidores da Palavra”. Não devemos ser donos, patrões, senhores, dominadores da Palavra. Muito menos falsificadores, demagogos, tagarelas. É um verdadeiro “mundanismo espiritual” servir-se da Palavra para nossos interesses próprios. Nada devemos tirar ou acrescentar às Sagradas Escrituras. Não se pode manipular o povo com a Bíblia.

Sétimo passo: “mártires da Palavra”. Sofrer e morrer pela Palavra é um ato de fé e de amor. Estevão, João Batista, Paulo, Tiago, Pedro, enfim, todos os apóstolos foram mártires da Palavra. Assim também aconteceu com os missionários, os santos, religiosos, religiosas, leigos e leigas. Ser mártir, morrer pela Palavra significa internalizar e testemunhar e sofrer pela Palavra. Na boca ela é doce, mas se torna amarga no coração, isto é, a Palavra é exigente, purificadora.

Oitavo passo: “consagrados à pregação da Palavra”. Jesus rezou: “Que eles sejam consagrados pela verdade” (Jo 17, 19). A Palavra é a verdade. Paulo Apóstolo recomenda a Timóteo: “cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu ministério” (II Tm 4,5). Consagrados pela Palavra, consagramos-nos em anunciá-la.

Por fim, precisamos permanecer na Palavra, pois ela é inesgotável, não envelhece, não passa. Permanecer na Palavra significa muitas coisas, como por exemplo, realizar lectio divina diariamente, os conhecimentos bíblicos, não trocar a Palavra pelo devocionalismo, memorizar um texto bíblico no cotidiano, etc. 
A Igreja sempre venerou as Divinas Escrituras da mesma forma como o corpo do Senhor. 

Que a Palavra não caia no chão, possa tinir em nossos ouvidos, descer ao coração e subir para nossos lábios.


D. Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Felicidade e sofrimento


......
«Até que um dia fiquei doente. Uma doença inesperada e totalmente imprevista. E tudo mudou da noite para o dia. Senti-me como um pneu a esvaziar. 
Comecei a perceber que a vida não era tão simples como eu havia pensado até então. 
Dei-me conta de que os outros também sofriam. 
Compreendi que não reparar nessa dor era uma atitude sem humanidade. Assim tinha vivido eu durante tantos anos».

«Antes de ficar doente, eu era exageradamente irascível: tudo me irritava e tudo me fazia ferver em pouca água. Agora, pelo contrário, tornei-me muito mais sereno e compreensivo. 
O sofrimento temperou-me o carácter. Fez-me compreender que há pessoas neste mundo — à nossa volta — que sofrem muito. 
Há pessoas que vivem com muitas dificuldades — talvez, em parte, por culpa nossa. 
Cada um de nós devia aprender a deter-se diante do sofrimento dos outros e fazer o possível por remediá-lo».

«Às vezes, só é possível consolar. Isso não é pouco, nem muito menos algo inútil. 
Aprendi que, com o simples fluir de palavras que infundem esperança, já se alivia muito o coração de quem sofre. 
Quantas pessoas necessitadas de compreensão e de consolo neste mundo! 
Quanta pobreza espiritual! — tantas vezes maior e mais envergonhada que a pobreza material».

É um relato de vida que faz pensar. Como é diferente o modo como as pessoas encaram os sofrimentos nesta vida: a umas, ele parece que as torna mais humanas; a outras, pelo contrário, faz-lhes perder a esperança e a alegria de viver. 
A uns, cura-os da tendência para o egoísmo que todos temos dentro. 
A outros, pelo contrário, enche-os de ceticismo e de amargura.

É impossível viver nesta Terra sem algum tipo de sofrimento. Por isso, podemos e devemos ser felizes apesar dessa presença constante que nos acompanhará durante todo o nosso caminho — de um modo especial nos últimos momentos. 
Para que isso seja possível, um cristão sabe que deve olhar para Jesus pregado na Cruz. 
À primeira vista — disse Bento XVI aos jovens — a Cruz parece ser a negação da vida. 
Na realidade, é exatamente o contrário! 
Ela é o «sim» de Deus ao homem. 
Ela é a expressão máxima do Seu Amor por nós. 
Ela é a única nascente da qual brota a vida eterna.


Pe. Rodrigo Lynce de Faria

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Precisas de um bom exame diário de consciência


Repara na tua conduta devagar... 
Verás que estás cheio de erros, que te prejudicam a ti e talvez também aos que te rodeiam. 

– Lembra-te, filho, que não são menos importantes os micróbios do que as feras. 
E tu cultivas esses erros, esses enganos – como se cultivam os micróbios no laboratório...,  
com a tua falta de humildade, 
com a tua falta de oração, 
com a tua falta de cumprimento do dever, 
com a tua falta de conhecimento próprio... 
E, depois, esses focos infectam o ambiente. 

Precisas de um bom exame diário de consciência, que te conduza a propósitos concretos de melhora, por sentires verdadeira dor das tuas faltas, das tuas omissões e pecados. 

A conversão é coisa de um instante; a santificação é tarefa para toda a vida. 

A semente divina da caridade, que Deus pôs nas nossas almas, aspira a crescer, a manifestar-se em obras, a dar frutos que correspondam em cada momento ao que é agradável ao Senhor. 

Por isso, é indispensável estarmos dispostos a recomeçar, a reencontrar – nas novas situações da nossa vida – a luz, o impulso da primeira conversão. 

E essa é a razão pela qual havemos de nos preparar com um exame profundo, pedindo ajuda ao Senhor para podermos conhecê-Lo melhor e conhecer-nos melhor a nós mesmos. 

Não há outro caminho para nos convertermos de novo.


São Josemaría Escrivá

«Quem se humilhar será exaltado»


Não te preocupes muito se alguém é por ti ou contra ti, mas procede e ocupa-te de modo a que Deus esteja contigo em tudo quanto faças. 
Consegue uma consciência pura, que Deus te defenderá bem. [...]

Se souberes calar-te e sofrer, verás sem dúvida o auxílio do Senhor. 
Ele conhece o tempo e o modo de te libertar, e por isso a Ele te deves submeter. 
É próprio de Deus ajudar e libertar de toda a confusão.

Muitas vezes, é mais útil para a conservação da nossa humildade que os outros conheçam os nossos defeitos e os censurem. 
Quando um homem se humilha por causa dos seus defeitos, acalma os outros facilmente e satisfaz sem custo os que com ele se iravam.

Deus protege e liberta o humilde, ama-o e consola-o. 
Inclina-Se para ele e dá-lhe grande graça; e, depois do seu abatimento, eleva-o à glória. 

Revela os Seus segredos ao humilde, arrasta-o e convida-o docemente para Si. 

E ele, mesmo na confusão, vive em paz, porque se firma em Deus e não no mundo. 
Não julgues ter adiantado em qualquer coisa se não te sentires inferior a todos.


Imitação de Cristo, tratado espiritual do século XV
II, 2: «Da humilde submissão»

terça-feira, 18 de agosto de 2015

A fé na família


Em família, a fé acompanha todas as idades da vida, a começar pela infância: as crianças aprendem a confiar no amor de seus pais. 
Por isso, é importante que os pais cultivem práticas de fé comuns na família, que acompanhem o amadurecimento da fé dos filhos. 
Sobretudo os jovens, que atravessam uma idade da vida tão complexa, rica e importante para a fé, devem sentir a proximidade e a atenção da família e da comunidade eclesial no seu caminho de crescimento da fé. 
Todos vimos como, nas Jornadas Mundiais da Juventude, os jovens mostram a alegria da fé, o compromisso de viver uma fé cada vez mais sólida e generosa. 
Os jovens têm o desejo de uma vida grande; o encontro com Cristo, o deixar-se conquistar e guiar pelo seu amor alarga o horizonte da existência, dá-lhe uma esperança firme que não desilude. 

A fé não é um refúgio para gente sem coragem, mas a dilatação da vida: faz descobrir uma grande chamada — a vocação ao amor — e assegura que este amor é fiável, que vale a pena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra na fidelidade de Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade.

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Devemos também contar com quedas e derrotas



Se fores fiel, poderás chamar-te vencedor.
Na tua vida, mesmo que percas alguns combates, não conhecerás derrotas. 
Não existem fracassos – convence-te –, se atuares com retidão de intenção e com desejo de cumprir a Vontade de Deus. 
Nesse caso, com êxito ou sem ele, triunfarás sempre, porque terás feito o trabalho com Amor. 

Somos criaturas e estamos repletos de defeitos. Eu diria até que tem de os haver sempre, pois são a sombra que faz com que se destaquem mais, por contraste, na nossa alma, a graça de Deus e o esforço por correspondermos ao favor divino. 
E esse claro-escuro tornar-nos-á humanos, humildes, compreensivos, generosos.

Não nos enganemos: na nossa vida, se contamos com brio e com vitórias, devemos também contar com quedas e derrotas. 

Essa foi sempre a peregrinação terrena do cristão, incluindo a daqueles que veneramos nos altares. Recordais-vos de Pedro, de Agostinho, de Francisco? 
Nunca me agradaram as biografias dos santos em que, com ingenuidade, mas também com falta de doutrina, nos apresentam as façanhas desses homens, como se estivessem confirmados na graça desde o seio materno. Não. 
As verdadeiras biografias dos heróis cristãos são como as nossas vidas: lutavam e ganhavam, lutavam e perdiam. E então, contritos, voltavam à luta.

Não nos cause estranheza o fato de sermos derrotados com relativa frequência, habitualmente ou até talvez sempre, em matérias de pouca importância ,que nos ferem como se tivessem muita.
Se há amor de Deus, 
se há humildade, 
se há perseverança e tenacidade na nossa milícia, 
essas derrotas não terão demasiada importância, porque virão as vitórias a seu tempo, que serão glórias aos olhos de Deus. 

Não existem os fracassos, se agimos com retidão de intenção e queremos cumprir a vontade de Deus, contando sempre com a sua graça e com o nosso nada. (Cristo que passa, 76) 

São Josemaría Escrivá

quinta-feira, 30 de julho de 2015

A oração que transforma os casais


Se alguém lhe dissesse que existe algo que você pode fazer e que é capaz de garantir que seu casamento durará a vida toda, e que isso só exige 5 minutos do seu dia, você não faria?

Que tal experimentar? A oração que apresentaremos a seguir pode ser rezada diariamente pelo casal, com muita sinceridade de coração.

Como rezá-la?

Façam esta oração lentamente, abraçados ou de mãos dadas, olhando nos olhos um do outro com frequência ao longo da oração, nas pausas entre uma frase e outra.

Não tenham medo de conversar sobre o que oram, especialmente logo após a oração.

Durante a oração, vale a pena recordar o momento em que se conheceram ou o dia do seu casamento.

A vida certamente lhes apresentou muitos desafios ao longo do tempo; talvez não esperassem por isso no dia em que se conheceram, mas vocês atravessaram muitas coisas juntos até hoje, e o fogo providencial das suas provações e do seu amor os uniu mais do que nunca.

A oração que transforma os casais

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo,
obrigado pelo profundo dom do sacramento do matrimônio.
Obrigado pelo magnífico presente que é o meu esposo(a),
a quem Tu, perfeita providência,
escolheste para mim desde toda a eternidade.
Permite que eu sempre o(a) trate como realeza,
com toda a honra, respeito e dignidade que merece.

Ajuda-me, meu Deus,
a ser desprendido(a) no meu casamento,
para dar tudo pelo meu esposo(a),
sem reservar nada para mim,
sem esperar nada em troca,
reconhecendo e agradecendo
tudo o que ele(a) faz por mim
e pela nossa família todos os dias.

Senhor, fortalece e protege nosso casamento.
Ajuda-nos a orar juntos todos os dias.
Permite-nos confiar em Ti do jeito que Tu mereces.
Que nosso casamento seja frutífero
e aberto à tua vontade
no privilégio da procriação e cuidado da vida.
Ajuda-nos a construir uma família forte,
segura, amorosa, cheia de fé,
uma Igreja doméstica.

Santíssima Virgem Maria,
colocamos nosso casamento em tuas mãos.
Protege nossa família sob o teu manto.

Senhor Jesus, confiamos em Ti,
porque sempre estás conosco
e queres o melhor para nós,
dando-nos sempre o que é bom,
inclusive as cruzes que permites em nossas vidas.

(E terminem dizendo um ao outro:) 

Querido(a) ..... (nome do cônjuge):
você e eu somos um.
Eu te prometo que sempre te amarei
e serei fiel a ti,
nunca te abandonarei
e daria minha vida por ti.
Com Deus e contigo na minha vida
eu tenho tudo.

Obrigado(a), Jesus.
Nós te amamos.
Amém.


Que Deus os abençoe e faça de vocês um casal santo no amor!

http://www.aleteia.org/

O Rosário, a paz da família


Falta a paz, hoje em dia, não somente entre as nações, mas, muitas vezes, até no recinto do lar. “Quanta paz estaria assegurada nas relações familiares, se fosse retomada a recitação do Santo Rosário em família!” – exclamou o Papa recentemente.

A família que reza unida, permanece unida – continua o Santo Padre. O Santo Rosário, por antiga tradição, presta-se de modo particular a ser uma oração onde a família se encontra. Os seus diversos membros, preciosamente ao fixarem o olhar em Jesus, recuperam também a capacidade de se olharem sempre de novo, olhos nos olhos, para comunicarem, solidarizarem-se, perdoarem-se mutuamente, recomeçarem com um pacto de amor renovado pelo Espírito de Deus.

Retomar a recitação do Rosário em família significa inserir na vida diária imagens bem diferentes – as do mistério que salva: a imagem do Redentor, a imagem de sua Mãe Santíssima.

A família que reza unida o Rosário, reproduz em certa medida o clima da casa de Nazaré: põe-se Jesus no centro, partilham-se com Ele alegrias e sofrimentos, colocam-se nas suas mãos necessidades e projetos, e d’Ele se recebe a esperança e a força para o caminho.

Conhecedor dos grandes problemas do mundo de hoje, e convicto de que a sua solução está na oração, o Papa lança um supremo apelo a todos os fiéis: Penso em vós todos, irmãos e irmãs de qualquer condição, em vós, famílias cristãs, em vós, doentes e idosos, em vós, jovens: retomai confiadamente nas mãos o terço do Rosário. Que este meu apelo não fique ignorado!

A exemplo do Santo Padre, façamos nossa a oração do Beato Bártolo Longo, com que João Paulo II encerra seu belíssimo documento sobre o Rosário, e a transformemos em propósito de vida:


“O Rosário bendito de Maria, doce cadeia que nos prende a Deus, vínculo de amor que nos une aos Anjos, torre de salvação contra os assaltos do inferno, porto seguro no naufrágio geral, não te deixaremos nunca mais. Serás o nosso conforto na hora da agonia. Seja para ti o último beijo da vida que se apaga. E a última palavra dos nossos lábios há de ser o vosso nome suave, ó Rainha do Rosário de Pompéia, ó nossa Mãe querida, ó Refúgio dos pecadores. Ó Soberana consoladora dos tristes. Seja bendita em todo o lado, hoje e sempre, na terra e no céu”.


Papa João Paulo II

sábado, 25 de julho de 2015

Apenas porque te amo


Duas palavras apenas,
para Te dizer,
Senhor:
amo-Te,
com todo o meu ser!


Era para Te pedir,
para Te suplicar,
para interceder,
mas fico-me apenas
pelo amor.


Se Tu me amas,
(e sei que amas),
se eu Te tento amar,
no meu nada,
em tudo o que sou,
e tenho,
então,
nada me há-de faltar!


Por isso,
Senhor,
apenas e só:
amo-Te,
e dou-Te graças
pelo Teu amor.


"Não é muito, mas é tudo o que tenho"
"É tudo quanto eu sempre quis"



Joaquim Mexia Alves

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Preciso de Ti, Senhor!


Senhor Jesus,
tu conheces a minha tristeza,
essa tristeza que invade meu coração,
e sabes a origem dela.
Hoje me apresento a ti
e te peço, Senhor, que me ajudes,
pois já não posso continuar assim.

Sei que tu me convidas a viver em paz,
com serenidade e alegria,
inclusive em meio às dificuldades cotidianas.
Por isso, eu te peço que coloques tuas mãos
nas feridas do meu coração,
que me fazem ser tão sensível aos problemas,
e me libertes da tendência à tristeza e à melancolia,
que tomam conta de mim.

Hoje te peço que tua graça restaure a minha história,
para que eu não viva escravizado
pela lembrança amarga
dos acontecimentos dolorosos do passado.
Como eles já passaram,
não existem mais,
eu te entrego tudo aquilo por que passei e sofri.

Quero perdoar-me e perdoar,
a fim de que a tua alegria comece a fluir em mim.

Eu te entrego as tristezas unidas às preocupações
e aos temores do amanhã.
Esse amanhã tampouco chegou e,
por isso, só existe na minha imaginação.
Devo viver somente o hoje,
e aprender a caminhar na tua alegria no momento presente.

Aumenta minha confiança em ti,
para que minha alma cresça em júbilo.
Tu és Deus e Senhor da história e da vida,
das nossas vidas.
Por isso, toma a minha existência
e a das pessoas a quem amo,
com todos os nossos sofrimentos,
com todas as nossas necessidades,
e que, com a ajuda do teu poderoso amor,
cresça em nós a virtude da alegria.

Amém.

domingo, 28 de junho de 2015

Sobre a oração


O domingo sempre nos aproxima do diferente...que bom não ter rotina... ficar bem é uma escolha inteligente...

“Eu pensava que a oração transformava as coisas. Mas agora eu sei que a oração transforma a gente e nós transformamos as coisas.” (Madre Teresa de Calcutá).

Em alguns momentos gostaríamos de ter o poder de tudo transformar. Mudar o mundo é o sonho de muitos. A grande maioria, porém, não sabe por onde começar, desconhece qual é o primeiro passo a ser dado. 

A oração é a grandiosa ferramenta capaz de incontáveis transformações. É preciso admitir que se reza pouco. Além disso, quando as orações sobem aos céus é muito mais para elencar pedidos do que para alimentar a alma. 

Rezar sem pedir nada não é muito comum. A oração verdadeira consegue transformar o coração. Até os corações mais petrificados vão amolecendo através da oração. 

Oração é energia, é esperança, é amor. Contagiados por um mundo que privilegia a velocidade, entende-se como perda de tempo dobrar os joelhos e unir as mãos. As consequências são provadas por todos. Por onde anda a tão almejada paz? 

Quem fica longe da oração, deve esperar de tudo um pouco. 
Rezar somente quando necessita-se algo, não é oração. Tem jeito de negociação. 

A oração supõe serenidade, abertura de coração. Rezar é estar presente, sem motivos; é contemplar o Invisível, com a certeza de sua existência e ação. 
A oração é o alimento da alma. Tem gente alimentando somente o corpo. Almas ‘desnutridas’ há em excesso. 
Quem deseja transformar a realidade, solucionar os problemas, ajeitar as pendências, não pode caminhar distante da oração. Mais do que procurar por formatos de oração, é importante criar pré-disposição. 
A oração acontece na espontaneidade. Vive de forma leve e dinâmica quem reserva tempo diário para a oração. 

A oração transforma mente e coração. Só depois é possível transformar o que está ao redor. Rezar é abraçar a vida, a partir da interioridade. 

Bênçãos! Paz e Bem! Santa Alegria! {Frei Jaime Bettega)