quarta-feira, 5 de março de 2014

Oração ao encontro da morte


Creio, sim, eu creio que num dia,
o teu dia, ó meu Deus,
me dirigirei ao teu encontro com meus passos titubeantes,
com todas as minhas lágrimas na palma da mão,
e com esse coração maravilhoso que tu nos deste,
esse coração grande demais para nós
porque foi feito para ti…

Um dia te encontrarei, e tu lerás em minha face
todo o desconforto, todas as lutas
todo o lixo dos caminhos da liberdade.
E verás todo o meu pecado.
Mas eu sei, meu Deus,
que o pecado não é grave,
quando se está na tua presença.
É diante dos homens que somos humilhados.
Mas, diante de ti, é maravilhoso sermos assim tão pobres,
a tal ponto somos amados!

Um dia, no teu dia, meu Deus, eu irei ao teu encontro.
E na autêntica explosão da minha ressurreição,
saberei então que és tu, a ternura,
que és tu, a minha liberdade.
Irei ao teu encontro, meu Deus,
E tu me darás a tua face.
Irei ao teu encontro com o meu sonho mais louco:
Entregar-te o mundo em meus braços.

Irei ao teu encontro, e gritarei a plenos pulmões
toda a verdade da vida sobre a terra.
Te gritarei o meu grito que vem da profundeza dos séculos:
“Pai! Tentei ser um homem,
E sou teu filho”.

JACQUES LECLERCQ
Collectif, Ecoute, Seigneur, ma prière,
Paris 1988, p. 490
tradução: Pe. José A. Besen

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