Ó Deus das virtudes!
Converte-nos e mostra-nos tua face, e seremos salvos! Porque, para onde quer que se volte a alma humana, onde quer que se estabeleça fora de ti, sempre encontrará dor, mesmo que sejam as belezas que estão fora de ti e fora de si mesma; e todavia, estas nada seriam se não existissem em ti.
Elas nascem e morrem; e, nascendo, começam a existir, e crescem para alcançar a perfeição e, uma vez perfeitas, começam a envelhecer e morrem.
Embora nem tudo envelheça, tudo perece.
Logo, quando os seres nascem e se esforçam para existir, quanto mais depressa crescem para existir, tanto mais se apressam para deixar de existir.
Esta é a sua condição.
Eis tudo o que lhes deste, porque são partes de coisas que não existem simultaneamente mas, morrendo e sucedendo-se umas às outras, formam o conjunto de que são partes.
Assim forma-se também nosso discurso, por meio dos sinais sonoros; este nunca se realizaria se uma palavra não se extinguisse, depois de pronunciadas suas sílabas, para dar lugar à seguinte.
Que minha alma te louve por tudo isto, ó Deus, criador de todas as coisas; mas não se pegue a elas com o visco do amor dos sentidos, pois também elas caminham para o não-ser, e dilaceram a alma com desejos pestilenciais, e ela quer existir e gosta de descansar nas coisas que ama.
Assim forma-se também nosso discurso, por meio dos sinais sonoros; este nunca se realizaria se uma palavra não se extinguisse, depois de pronunciadas suas sílabas, para dar lugar à seguinte.
Que minha alma te louve por tudo isto, ó Deus, criador de todas as coisas; mas não se pegue a elas com o visco do amor dos sentidos, pois também elas caminham para o não-ser, e dilaceram a alma com desejos pestilenciais, e ela quer existir e gosta de descansar nas coisas que ama.
Mas nelas não acha onde, porque as coisas não são estáveis.
Elas são fugazes, e quem poderá segui-las com os sentidos da carne? Ou quem as pode alcançar, mesmo estando presentes?
Lento é o sentido da carne, por ser da carne, mas essa é a sua condição. É suficiente para o que foi criado, mas não o é para reter o curso das coisas, do princípio que lhes foi fixado, até o fim
que lhes foi designado, porque em teu Verbo, que as criou, ouvem estas palavras: “Daqui até ali”.
Santo Agostinho
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